Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

‘Quatro já foram, só falta uma’: retrato do terremoto populista

Foto de abril deste ano dá uma ideia do estrago que a revolta contra políticos tradicionais está fazendo entre poderosos do mundo

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 30 jul 2020, 21h10 - Publicado em 5 dez 2016, 15h12
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Vamos pela ordem da esquerda à direita na foto acima. Coincidentemente, também é a ordem cronológica. David Cameron foi o primeiro a rodar, tragado pelo resultado do referendo que ele próprio havia convocado, imaginando sair fortalecido com uma votação sólida a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia.

    Todo mundo já sabe que deu o resultado oposto e Cameron renunciou em julho. Só para lembrar, ele queria o referendo para acalmar a ala eurocética de seu partido, o Conservador.

    É importante registrar isso para deixar claro como a revolta das maiorias silenciosas contra políticos que representam o establishment ataca à direita e à esquerda.

    O Brexit até agora teve resultados muito menos negativos do que os pregadores catastrofistas. Mas o governo da substituta da Cameron, Theresa May, parece meio perdido sobre a forma e o conteúdo do processo de divórcio. Também precisou enfrentar contestação sobre a constitucionalidade da ruptura na Suprema Corte, um fator adicional de instabilidade.

    Próximo da fila: Barack Obama.  O mais esquerdista de todo os presidentes americanos, evidentemente, não poderia ter um terceiro mandato. Mas não conseguir fazer a sucessora equivaleu a uma rejeição massacrante.

    Continua após a publicidade

    Americanos em choque ou em êxtase ainda estão assimilando os múltiplos significados da vitória de Donald Trump em 8 de novembro. A única coisa em que todos concordam é que havia um bocado de eleitores insatisfeitos com “tudo o que está aí”.

    No centro da foto está a sobrevivente e provável exceção ao furacão populista, Angela Merkel. O prestígio da primeira-ministra foi abalado pela política de braços abertos às recentes ondas migratórias, mas a maioria dos alemães ainda é a favor de dar um excepcional quarto mandato a ela, em outubro de 2017.

    E é impossível deixar de lembrar que dez meses nos atuais tempos de reviravoltas são quase uma eternidade. Os avanços recentes em eleições regionais do partido que é contra a imigração de muçulmanos e contra a participação na União Europeia mostram que a Alemanha não é imune ao surto global de insatisfação.

    Aliás, global e anti-globalização. Um dos aspectos mais curiosos do tsunami populista é a incorporação de uma bandeira quase esquecida da esquerda, contra a globalização. O que parecia ser um movimento contra forças da natureza como as marés ou as correntes de vento está ganhando um fôlego insuspeito.

    Continua após a publicidade

    É essa turma que comemora o “fim” dos outros dois nomes da lista: os “globalistas” François Hollande e Matteo Renzi.

    Curvando-se, excepcionalmente, aos fatos, Hollande anunciou na quinta-feira passada que não vai disputar a candidatura presidencial pelo Partido Socialista, livrando-se de uma derrota constrangedora.

    O anúncio teve impacto próximo de zero: na França, só se discute o segundo turno da eleição presidencial, presumidamente entre a direita, representada por François Fillon,  e a extrema direita de Marine Le Pen. A coisa anda tão feia que até a escolha de Fillon, um representante rematado do establishment, foi vista como uma espécie de revolta das bases que votaram nas primárias do partido Os Republicanos.

    O mesmo sentimento de rebelião inspirou a queda do último da lista, Matteo Renzi. O referendo sobre um assunto aparentemente inócuo, uma reforma constitucional para modernizar o funcionamento das instituições políticas italianas, virou a desgraça do primeiro-ministro. Depois de uma derrota maior ainda do que se prognosticava – um “não” da ordem de 60% -, ele teve que cumprir a promessa de renunciar.

    Continua após a publicidade

    Os mais pessimistas encaram o resultado do plebiscito como um sinal de que a Itália eventualmente vai acelerar o desmoronamento da União Europeia, iniciado com o Brexit. Os mais otimistas… Onde é mesmo que estão eles?

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.