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Não vai dar certo: Pedro Castillo não tem cartuchos para dar autogolpe

É sinal de fraqueza, não de força, fechar o Congresso e cometer outras besteiras como fez o presidente do Peru

Por Vilma Gryzinski 7 dez 2022, 15h20
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  • Quantas divisões tem Pedro Castillo?

    A pergunta famosa de Stálin quando Winston Churchill propôs, em 1943, que o papa Pio XII fosse incorporado às conversações sobre o pós-guerra tem uma versão ridícula com os acontecimentos que cercam o autogolpe do presidente do Peru.

    Pedro Castillo não tem bala para segurar o fechamento do Congresso e a convocação – grotesca, nessas circunstâncias – de uma Assembleia Constituinte.

    Ao contrário do antecessor nesse tipo de artimanha, Alberto Fujimori, o presidente peruano não estabeleceu o controle sobre as forças de segurança, não tem o apoio das Forças Armadas e não tem sustentação política.

    A renúncia em série de ministros é um dos sinais disso. Outros virão.

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    Só para lembrar: Fujimori acabou fugindo do país e sendo extraditado de volta pelo Japão para cumprir pena, com o devido processo, por barbaridades em série.

    O caminho provável para Pedro Castillo é uma repetição farsesca da trajetória de Fujimori, encerrando a carreira do professor primário de escola rural que se junta à coleção de presidentes peruanos formidavelmente fracassados.

    Tendo feito campanha com um lápis gigante como símbolo da reforma na educação que faria, Castillo não fez nada – nem pela educação nem por nenhuma outra coisa. Sobreviveu a processos de impeachment somente porque a oposição não tinha os votos necessários. Agora, o deputado Héctor Valer, que integrou o governo repetidamente fracassado, propôs: “A Promotoria da Nação deve tomar as medidas devidas e ordenar a captura do presidente da República”.

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    O presidente do Congresso, José Williams, convocou uma sessão de emergência, num sinal de que os deputados não vão cumprir a ordem de dissolução.

    Dar um autogolpe é absurdo e anacrônico. Dar um autogolpe que não pode ser imposto pela força é garantia de mais um pastelão na longa história latino-americana do gênero.

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