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Não tem implante que dê jeito no péssimo governo de Gustavo Petro

Com nova cobertura capilar, presidente colombiano aparece sem boné, mas é difícil disfarçar o ranço do esquerdismo superado que defende

Por Vilma Gryzinski 23 Maio 2024, 07h53
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  • Gustavo Petro está lindão, com os tufinhos de cabelo implantando – um direito que deveria ser “consagrado na Constituição”, segundo um radialista. Calvo, evidentemente.

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    Fora as brincadeiras inevitáveis que os implantes provocam, uma reconhecida injustiça, tem pouco para rir: Gustavo Petro está seguindo o manual esquerdista da velha guarda para conduzir um governo impopular e ineficiente.

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    Os economistas respeitados no mercado do começo de seu governo já caíram fora, Petro continua com planos de convocar uma constituinte. Seria o modo chavista de governar se ele tivesse o apoio de Hugo Chávez no começo.

    Ao contrário, há pesquisas indicando que seus índices de desaprovação batem nos 60%. Em províncias como Medellin e Bucaramanga, passa de 70%. Várias vezes, ele já ensaiou uma “pueblada” – mas o povo não apareceu.

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    “TERRORISTA ASSASSINO”

    Restam o X, onde vive trocando insultos com Javier Milei (funciona melhor para o presidente argentino, que é mais eficiente nesse campo) e deliberadamente o chamou de “terrorista assassino”, depois de ser provocado) ou com Álvaro Uribe, sua nêmese. Na briga do momento, espetou o ex-presidente: “A Constituição ordena às Forças Armadas proteger os cidadãos, mas não diz ao governo que ponha na cadeia quem reclama essa segurança”. Petro havia ameaçado Uribe com o artigo que prevê prisão por incitação às Forças Armadas.

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    Ele também recorre medidas chamativas como romper relações diplomáticas com Israel – o tipo de coisa burra, que o deixa bem com os que já são convertidos ao esquerdismo modelo anos sessenta e não conquista nenhum apoio nas camadas mais relutantes. A última foi mandar abrir uma embaixada em Ramallah, a capital não oficial da Autoridade Palestina – a oficial é Jerusalém Leste, mas haveria certas dificuldades se o presidente fizesse essa opção.

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    Uma das promessas que moveu sua vitória, a de promover a paz total para um país que continua a ter focos guerrilheiros, redundou em fracasso. A situação piorou mais ainda. Iván Márquez, que negociou em nome das Farc o acordo de paz assinado com o governo anterior e em seguida voltou à luta armada, reapareceu depois de um ano sem dar sinais de vida e manifestou apoio a Petro.

    É o tipo de manifestação que pesa contra, não a favor, e reforça a impressão de que Petro continua a ter as mesmas ideias – e os mesmos simpatizantes – do tempo em que ele próprio havia entrado para a luta armada, como militante do M-19.

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    Na região de Cauca, houve ataques guerrilheiros, com vítimas entre civis e membros das forças de segurança. Algo tão ruim para Petro que surgiram teorias conspiratórias: ele abandonou o boné usado durante quase dois meses – e compartilhado com visitantes incautos – só para desviar as atenções do mau momento e fazer todo mundo falar de outro assunto. É maluquice, obviamente, mas indica o tamanho do problema enfrentado pelo presidente implantado.

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    VIOLÊNCIA POLÍTICA

    Numa pesquisa já citada aqui, feita pela consultoria argentina CB, sobre a popularidade de presidentes sul-americanos, Petro aparece atrás até de Nicolás Maduro, com apenas 38,6% de aprovação. Só perde para Dina Boluarte, a peruana que apareceu com relógios Rolex “emprestados” por um poderoso. Ela também desapareceu de compromissos públicos durante duas semanas, desencadeando especulações de que havia feito uma cirurgia plástica.

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    A Colômbia é um país riquíssimo em recursos naturais e problemático, com o tráfico de cocaína implantado em seu DNA, remanescentes de grupos guerrilheiros e um terrível histórico de violência política que contrasta com a amabilidade da população, tão parecida com a brasileira.

    Petro obviamente ganhou os votos da população mais pobre, mas está fazendo pouco por ela, fora da esfera do discurso, muitas vezes alucinado, como quando comparou a cocaína com os combustíveis fósseis, considerando a primeira melhor do que os segundos. Ele também pretendia substituir a extração de recursos minerais pelo turismo.

    Será que já entendeu que foi eleito presidente, não um mágico capaz de mudar as regras da economia por um ato de voluntarismo?

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    Para mal dos colombianos, talvez continue acreditando nisso.

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