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Milei 2025: fim do controle cambial, corte de imposto e acordo com EUA

“Fenômeno mundial”: este foi o ano em que o argentinos atravessaram o deserto;’ para 2025, Milei virá com notícias melhores

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 24 dez 2024, 09h26 - Publicado em 24 dez 2024, 08h07

Se Javier Milei “surpreendeu praticamente todo mundo”, segundo reconheceu o acadêmico americano e argentinista Benjamin Gedan, e chegou ao fim de 2024 não só ainda na Casa Rosada, onde tantos previam uma permanência de poucos meses, como com índices de aprovação de até 59% (as pesquisas variam muito), o próximo ano vem com novidades mais ambiciosas.

A essa altura, todo mundo conhece o modelo Milei: cortar gastos públicos até o osso, diminuir o inchaço do Estado e desregulamentar a economia. Como está dando relativamente certo, com a parte boa prometida ainda por chegar, mas não inalcançável, Milei tem um colchão para planejar medidas que antes seriam inimagináveis, como o fim do controle cambial e o livre uso de moedas, a gosto do freguês – praticamente um caminho aberto para a dolarização.

A “reforma tributária estrutural reduzirá o valor os impostos federais em 90% e devolverá às províncias a autonomia tributária que elas nunca deveriam ter perdido”, prometeu no discurso anual à nação.

Milei também aposta que a simpatia de Donald Trump ajudará nos eternos rolos da Argentina com o FMI e, mais ainda, num acordo comercial com os Estados Unidos que empurraria o país para um salto estrutural – e para problemas com o Mercosul.

“COISAS EXTRAORDINÁRIAS”

Enquanto uns e outros diziam, a poucos dias da eleição, que Trump era o fascismo e o nazismo com outra cara, Milei cultivou a proximidade pessoal e ideológica com o presidente americano. Dará frutos concretos, fora gestos como o convite para a posse? A cerimônia é geralmente uma celebração americana, mas Trump dessa vez resolveu convidar alguns poucos estrangeiros – além do argentino, o salvadorenho Nayib Bukele e o chinês Xin Jinping.

O convite para a posse culmina a trajetória do “fenômeno Milei”, sob a forma de celebrações e premiações de institutos onde as ideias libertárias do presidente argentino são recebidas com admiração. Milei também protagonizou reportagens e entrevistas em tom positivo em publicações que dão o tom, como o Wall Street Journal e a Economist. 

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Tão ou talvez mais importante foram os elogios rasgados de Niall Ferguson, o historiador britânico que é uma das raríssimas vozes de direita nesse universo. 

Fergunson, que é ligado ao Hoover Institution, o escolheu como “a pessoa do ano” porque “aceitou a missão mais difícil do mundo, que é sanear o governo da Argentina, controlar a inflação na Argentina e estabilizar as finanças públicas na Argentina”.

“Conseguiu coisas extraordinárias e nem sequer tinha maioria no Parlamento”, celebrou. “Ficou demonstrado que as políticas públicas libertárias são factíveis e é possível reduzir o déficit e ser popular. É algo assombroso e deveria inspirar a todos que acreditamos no livre mercado e, acima de tudo, na liberdade”.

PROGRAMA NUCLEAR

Parece exagero? Com toda certeza. Talvez até para compensar os prognósticos extremamente negativos feitos sobre um presidente como nunca antes havia existido.

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Benjamin Gedan reconheceu no Americas Quartely que estava errado e enumerou os “inegáveis sucessos”  de Milei: “A inflação, tocada a excessos de gastos e emissão descontrolada de pesos,  caiu de 25% ao mês para menos de 3%. O governo agora gasta menos do que arrecada. O risco país está no nível mais baixo em cinco anos, significando confiança dos investidores de que serão pagos”.

Outros planos de Milei para 2025 incluem um “retorno triunfal” da energia nuclear para mover  o desenvolvimento da inteligência artificial que ele vê como um dos saltos qualitativo do país, utilizando as baixas temperaturas da Patagônia para abrigar servidores gigantescos da nova era.

Ele também planeja desmanchar o “clube das obras públicas”, abrindo a concorrência a empresas de fora do cartel das grandes construtoras, uma das grandes fontes de corrupção em qualquer país.

“REVOLUÇÃO LIBERTÁRIA”

Sobre o FMI, segundo o site Infobae, Milei espera que Trump “exercerá seu poder institucional e é muito provável que obtenha o desembolso extra que precisa para fortalecer as reservas do Banco Central e levantar o controle cambial. A soma definida na Casa Rosada oscila entre 11 e 20 bilhões de dólares”. Nada mal para uma amizade recentíssima.

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Como acontece com todos os outros políticos, o único obstáculo entre os planos ambiciosos e a sua realização são os fatos. E os fatos ao longo das últimas décadas têm jogado contra a Argentina e seus líderes gastadores e irresponsáveis. 

Além de combater esse karma, Milei tem que promover a recuperação econômica que permitirá à Argentina sair da fase do remédio extremamente amargo do enxugamento radical de gastos e corte de subsídios, com o consequente aumento da pobreza e outros males. Se conseguir isso pelo menos parcialmente, Milei será candidato forte ao título de pessoa do ano de 2025. 

Se não, será mais uma repetição de uma história tristemente conhecida. E a garantia de que o próximo governo demolirá toda a “revolução libertária” da qual Milei se tornou o porta-voz e, inesperadamente, o líder mundial. 

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