Hillary tem problemas com mulheres. As do marido, entre outras
A varredura da imprensa movida a eleições traz novas e complicadas encrencas das aventuras amorosas de Bill Clinton

Amantes pobres, dizem os especialistas em encrencas conjugais, podem causar problemas relativos – um presentinho aqui, um pedido de pensão ali, uma conciliação agitada com a cônjuge traída. Amantes ricas saem mais caro. Amantes ricas de Bill Clinton não têm preço. Julie Tauber McMahon pode estar incluída nessa categoria rara, a das mulheres que valem uma Presidência dos Estados Unidos.
A quantia envolvida é, comparativamente, pequena: dois milhões de dólares. O problema é a origem. Em 2010, a Clinton Global Initiative “comprometeu dois milhões de dólares para incentivar o trabalho” de uma empresa chamada Energy Pioneers Solutions, criada para “promover a economia de energia em comunidades rurais” dos Estados Unidos. A mulher de visão por trás dessas soluções energéticas pioneiras, com 29% da empresa, é Julie, claro.
Julie é rica de pai e de ex-marido. Mora com os três filhos em Chappaqua, uma área de ricos do estado de Nova York onde o casal Clinton comprou uma casa para fazer de conta que moram juntos e permitir que Hillary fosse eleita senadora pelo estado.
O envolvimento de Bill com Julie, hoje com 54 anos, é de longa data e aparecia até agora na imprensa de fofocas. Houve até um livro contando as visitas dela à casa de Chappaqua, quando Hillary estava fora,tão frequentes que os agentes do Serviço Secreto que fazem a segurança do ex-presidente lhe deram até um codinome, Energizer – a designação original do ativo coelhinho símbolo de uma marca de pilhas.
Detalhes como as viagens dela ao exterior, coincidindo surpreendentemente com as dele, e do decote, mostrando seios novos em folha, aparecem para qualificar a história na área dos comentários picantes. O problema é que a conexão com o dinheiro foi feita numa reportagem do sério Wall Street Journal. Segundo o jornal, Clinton também fez lobby para conseguir verbas do governo Obama para a empresa de Julie, levantando 812 mil dólares do Departamento de Energia.
Outra encrenca do maridão, mais complicada ainda, vem de seus contatos com Jeffrey Epstein. Ele é o milionário, e condenado na justiça, dono da “ilha dos pedófilos”, um refúgio onde meninas adolescentes eram colocadas a disposição de homens famosos. Entre os visitantes, o príncipe Andrew, o cientista Stephen Hawking e, claro, Bill Clinton.
Segundo um levantamento feito pela Fox News, o envolvimento era muito maior do que se sabia até agora. Os manifestos de voo mostram que o ex-presidente fez nada menos que 26 viagens no Lolita Express, o nome autoexplicativo do Boeing 727 de Epstein. Detalhe: os agentes do Serviço Secreto eram excluídos dessas viagens.
A novas incursões na sempre complicada vida amorosa e financeira de Bill Clinton, um homem sobre quem nunca se sabe tudo, são resultado de um dos aspectos mais saudáveis das campanhas eleitorais: a varredura da imprensa na vida dos envolvidos. O ex-presidente entra, de novo, no foco por causa da candidatura da mulher, do envolvimento de ambos nos negócios nebulosos da Fundação Clinton e de atividades extra-conjugais dele que podem entrar na categoria criminal.