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Gaza: dois comandantes islamistas mortos e fim rápido dão vitória a Israel

Não existem conquistas permanentes, e israelenses sabem muito bem disso, mas operação contra a luta armada palestina teve desfecho positivo

Por Vilma Gryzinski 9 ago 2022, 07h54
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  • Mais civis inocentes foram mortos em Gaza pelos próprios foguetes palestinos do que pelos atacantes israelenses. A informação é das Forças de Defesa de Israel, que tem vídeos para comprovar o fiasco. De cada cinco foguetes lançados contra Israel, um acabou explodindo em Gaza.

    Este foi um dos fatores que deram à rápida Operação Breaking Dawn (um trocadilho em inglês) um saldo positivo para Israel.

    Antes que o resto do mundo, já escolado em ver alvos explodindo na guerra da Rússia contra a Ucrânia, se desse conta da operação, como sempre em resposta a ataques vindos de Gaza, ela já havia terminado.

    Dessa vez, envolveu especificamente a Jihad Islâmica Palestina, um grupo armado fundamentalista que responde ao Irã. O Hamas, que é muito maior e governa Gaza, ficou de fora, o que lhe valeu muitas críticas entre os palestinos – outra vantagem para Israel. Para manter a operação focada no objetivo, Israel evitou atacar dirigentes do Hamas.

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    Os bombardeios dirigidos dizimaram a liderança da JIP, incluindo dois comandantes, Tayseer Jabari e Khaled Mansour. O grupo terrorista falou em doze mortes. Os israelenses dizem que foi mais.

    A Jihad Islâmica começou os ataques com foguetes fornecidos pelo Irã em represália pela prisão do líder do grupo na Cisjordânia, Bassem Saadi. Apesar das críticas públicas a Israel, a liderança palestina na Cisjordânia coopera implicitamente com Israel quando o alvo são os radicais islamistas, que a varreriam do mapa se pudessem.

    Os militantes de Gaza atacam Israel já sabendo que vão fracassar: o sistema de defesa antiaérea chamado Cúpula de Ferro intercepta os foguetes dirigidos contra áreas populadas. O índice de acerto dessa vez foi calculado entre 95% e 97%, com 380 foguetes interceptados.

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    A Cúpula de Ferro fornece uma proteção a Israel que altera as regras do jogo. O sistema consiste num conjunto de radares móveis que detectam e acompanham os foguetes inimigos. Centros de controle calculam o ponto de impacto, permitindo aos operadores decidir se disparam ou não os mísseis interceptadores, que explodem a pouca distância dos foguetes atacantes. 

    A decisão é importante porque os interceptadores custam caro, entre 20 mil e 100 mil dólares cada disparo. Os foguetes vindos de Gaza são muito mais baratos, na média 300 dólares. Em compensação, não são teleguiados e só acertam os alvos nas poucas ocasiões em que a Cúpula de Ferro falha.

    A vantagem estratégica avassaladora de Israel costuma ser contrabalançada pela guerra da propaganda: num lugar de altíssima densidade populacional como Gaza, e com o uso de hospitais e escolas como escudo, as vítimas civis criam a imagem de um povo indefeso atacado por inimigos poderosos.

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    Evitar ao máximo vítimas civis só é possível se a intervenção for rápida e focada, como aconteceu agora. Ao todo, foram 66 horas de confronto. O sucesso da operação, entra na conta do atual primeiro-ministro, Yair Lapid, que só vai ficar no governo até a eleição de novembro, mas agora tem uma vitória militar na conta.

    Lapid saiu do roteiro habitual e, ao discursar para a nação, se dirigiu diretamente à população de Gaza:

    “O Estado de Israel não pede desculpas por proteger seus moradores usando a força, mas a morte de inocentes, inclusive crianças, é de cortar o coração”.

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    “Nós saberemos nos proteger contra qualquer um que nos ataque, mas também sabemos como oferecer trabalho, sustento e uma vida digna para quem escolher viver junto de nós em paz”.

    “Existe um outro modo de viver. A escolha é de vocês. O seu futuro depende de vocês”.

    Foi um gesto bonito: falar de paz num momento de vitória. Também marcou a diferença entre Lapid e o principal adversário na eleição de novembro, o eterno Benjamin Netanyahu.

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    Infelizmente, o efeito será zero. Os israelenses sabem muito bem que não existe caminho para a pacificação em Gaza, inclusive por discordância entre os patrocinadores árabes da resistência palestina. Também sabem que o Irã, tendo levado indiretamente uma pancada com a morte de alguns de seus principais beneficiados, não só não vai sair de campo como passou a falar publicamente na fabricação de uma arma nuclear.

    Atualmente, estima-se que está a um ou dois meses de conseguir produzir 25 quilos de urânio enriquecido a 90%, o material necessário para uma bomba nuclear.

    É este o grande jogo diante do qual empalidecem ataques pontuais em Gaza, por mais que tenham sido rápidos e bem feitos.

    Todos os envolvidos sabem perfeitamente disso.

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