Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Garotas, vamos para a Califórnia: mas de onde virá a energia para o carro?

Meta de ter frota de passageiros totalmente elétrica até 2035 no maior estado americano enfrenta um pequeno problema em termos da geração de eletricidade

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 25 ago 2022, 08h03 - Publicado em 25 ago 2022, 07h59

Se a Califórnia fosse um país, estaria em quinto lugar em termos de economia, com seu PIB de 3,4 trilhões de dólares – mais do que o dobro do Brasil inteiro. Sem contar o peso mundial de centro irradiador de modismos, como polo da indústria do entretenimento. O que acontece lá repercute e é isso que vai se passar com a decisão tomada por autoridades estaduais de proibir a venda de carros movidos a gasolina até 2035.

O plano é em fases: 35% de todos os carros de passageiros terão que ter emissão zero de gases de efeito estufa até 2026 – praticamente amanhã; até 2030, serão 68%.

A Califórnia, com seu estilo de vida criado em torno do automóvel e das autoestradas permanentemente cheias, é o maior fabricante de automóveis do mundo. Além dos recursos próprios para “resolver a crise climática”, segundo proclamou o governador Gavin Newson, que tem ambições presidenciais, o estado também conta com o pacotaço federal recém-aprovado que vai liberar 370 bilhões de dólares para programas de energia limpa.

Países como Inglaterra, França e Dinamarca já têm programas de transição para os veículos elétricos, embora o preço continue alto, as matérias primas para as baterias sejam raras  e caras e exista uma grande dúvida: de onde virá a eletricidade para tantos carros elétricos?

No mês passado, o deputado republicano Thomas Massie apertou o secretário da Energia, Pete Buttigieg, numa audiência no Congresso. Como engenheiro de formação – e nada menos do que no MIT -, ele perguntou se o ministro sabia quanto um domicílio médio americano, com dois carros, gastaria em eletricidade para carregar seus veículos com energia limpa.

Resposta: 50 vezes a mais do que o gasto com uma geladeira. Comparando o consumo com o ar condicionado, equivalente a 17% de um domicílio médio, os carros sugariam quatro vezes mais.

Continua após a publicidade

A grade elétrica aguentaria os planos do governo federal de substituir metade de sua frota até 2035, perguntou Massie? Se for ampliada, sim, respondeu Buttigieg.

Massie ironizou a “fantasia baseada em ciência política, não em engenharia”.

Na Califórnia, com seus graves problemas de fornecimento de água e de eletricidade, especialistas garantem que a infraestrutura aguentaria até 26 milhões de carros de passageiros e veículos utilitários leves movidos a eletricidade até 2035. Ao todo, o estado tem 30 milhões de veículos motorizados.

Saber de onde vem a eletricidade também conta quando o objetivo é diminuir a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

Nos Estados Unidos, são os velhos combustíveis fósseis que mais geram eletricidade: 38% o gás natural e 21,8% o carvão. A energia nuclear cobre 18,9%. O conjunto das fontes renováveis é de 20% (vento com 9,2% e hidrelétricas com 6,3%). Desde o governo Obama, a construção de novas hidrelétricas está proibida.

Continua após a publicidade

No Brasil, ao contrário, a energia hidráulica cobre 65% do fornecimento de eletricidade (biomassa entra com 9,1%; eólica, 8,8%; gás natural, 8,3%; carvão, 3,1%).

O contraste é impressionante. O conjunto de fontes renováveis da matriz elétrica brasileira é de 83%. Na média do mundo, 27%.

Leonardo DiCaprio, que tem seis casas entre Califórnia, Nova York e outros redutos de luxo, bem que poderia conhecer estes números. Sem ironia: a influência de atores e outras figuras do cinema é enorme na Califórnia, onde até o governador Newson tem pinta de galã do cinema.

Detalhe: Newson foi casado pela primeira vez com Kimberly Guilfoley, atual companheira de Donald Trump Jr. É um exemplo de como as elites interagem num mundo em que gastar 187 mil dólares num Porsche Taycam Turbo, o carro elétrico mais caro, não provoca mais do que um piscar de olhos. 

Na Califórnia, 20% das casas já têm ponto para carregar veículos elétricos. Os 277 mil gigawatts-hora que o estado gera vão ter que aumentar um bocado até 2035.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.