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Desigualdade dos sexos: coronavírus é pior para homens e idosos

E ninguém ainda sabe o motivo da única boa notícia da epidemia que tira o mundo dos eixos: a ausência de mortes de crianças abaixo dos 9 anos

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 28 fev 2020, 18h03 - Publicado em 28 fev 2020, 18h00
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  • Contra argumentos não há fatos e a irracionalidade que acompanha a expansão do coronavírus é a maior comprovação disso.

    Até profissionais do mundo da saúde estão, irresponsavelmente, contribuindo para tocar o terror. Uma dessas “contribuições” veio da Inglaterra, onde o tradicional sangue frio inglês anda fervendo.

    “Médicos qualificados” mencionados pela imprensa – sem nomes, claro – declararam que protocolos sobre classificação de risco poderiam significar que, numa crise de grandes proporções, pacientes idosos em estado muito grave não teriam acesso a leitos de UTI e respiração artificial.

    Em inglês, o procedimento é chamado de protocolo dos “three wise men” – uma referência aos sábios conhecidos na tradição latina como Reis Magos.

    No caso, significa que três especialistas de cada hospital escolheriam quais doentes teriam acesso a recursos, obviamente, limitados.

    O princípio é que “todos os pacientes são igualmente importantes”, mas isso não significa que todos receberão o mesmo tratamento.

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    Tradução: os mais velhos e com menos chances de sobrevivência ficam no fim da fila. Não é, obviamente, uma hipótese única para o caso de uma epidemia de coronavírus que ultrapasse a capacidade de atendimento do sistema de saúde.

    Escolher quem vai viver e quem vai morrer é, de muitas maneiras, um dos maiores ônus dos profissionais de saúde nas grandes emergências.

    Isso está muito, muito longe de acontecer no caso do coronavírus. Muito provavelmente nunca acontecerá, pelo menos fora da China, onde o pior também parece já ter passado do pico.

    Mas os três meses que transcorreram desde que foi identificado o primeiro caso da doença, agora oficialmente chamada Covid-19, permitiram uma quantidade razoável de indicadores numéricos.

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    O melhor deles, entre tantas más notícias: não houve nenhum caso de crianças abaixo de nove anos vitimadas pela doença respiratória.

    Ao contrário do que acontece com os surtos de gripe, que afetam as extremidades etárias, o novo corona está poupando as crianças, não só da letalidade, mas da infecção.

    Algumas crianças, mesmo infectadas, possivelmente nem desenvolvem sintomas da doença. O vírus também poupa recém-nascidos com mães doentes, segundo um estudo, ainda limitado, feito na China – uma alegria para quem se lembra do que o vírus zika fez tem regiões do Brasil.

    Na população em geral, 80% têm sintomas leves, comparáveis a um resfriado comum. Nas crianças, parecem ser mais amenos ainda. Fora as especulações sobre a imunidade recebida das mães, as causas ainda estão sendo estudadas.

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    Em compensação, o coronavírus é mais letal para homens. E quanto mais velhos, pior.

    O índice geral de mortalidade é de 2,8% para o sexo masculino e 1,7% para mulheres. Disparidade similar ou até maior foi registrada com outras doenças virais que afetam o sistema respiratório, como as síndromes Sars e Mers.

    “As mulheres combatem esses vírus melhor”, disse para o New York Times a pesquisadora Sabra Klein.

    O sistema imunológico mais engatilhado é, notoriamente, responsável pela enorme disparidade entre os sexos no número de afetados por doenças autoimunes. Lúpus e artrite reumatóide são doenças tipicamente “femininas”, com 80% de vítimas mulheres.

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    Até a faixa dos 49 anos, a taxa de mortalidade do coronavírus não passa de 0,4%. Salta para 8% nos que têm de 70 a 79 anos e chega 14,8% na faixa acima dos 80.

    Obviamente, os números disponíveis até agora para os estudos mais amplos são referentes à China, com as características locais dos pacientes, um leque enorme que vai ao uso do cigarro – altíssimo, principalmente entre os mais velhos – a indicadores como pressão alta e diabetes.

    O coronavírus já fez um estrago monumental, afetando a economia global numa escala cujas consequências ainda estão sendo avaliadas.

    Um dos cálculos reduz o crescimento da economia mundial este ano de 2,9% para 2,5%.

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    Mesmo quem não tem um centavo em investimentos ficou mais pobre depois dessa semana catastrófica para as bolsas, culminando na Sexta-Feira Negra.

    O corona vai provocar uma recessão recorde? impedir a reeleição de Trump? Derrubar Bolsonaro? Matar milhões nos Estados Unidos? Acabar com o capitalismo?

    Todos os que participam do grande debate público têm a obrigação moral e ética de tomar muito cuidado com o que especulam (ou até desejam, sem muitos disfarces).

    Uma doença contagiosa que mata especialmente idosos e se espalha pelo mundo num ritmo que ainda está em fluxo já é suficientemente preocupante.

    Quem incentiva histeria em massa corre o risco de ficar na mesma ala reservada aos idiotas terminais que Nicolás Maduro.

    “É preciso erguer a voz e dar o alerta. Que o coronavírus não seja uma arma de guerra utilizada contra a China e contra os povos do mundo em geral”, disse o elemento.

    Alguém quer ficar nessa companhia?

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