PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

A política do atraso

Num mundo com transformações atordoantes, estamos em retrocesso

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 4 jun 2024, 10h38 - Publicado em 11 jun 2023, 08h00

Riscos altíssimos, guinadas civilizacionais, ameaças existenciais, situações políticas esdrúxulas, singularidade a um passo, avanços tecnológicos estonteantes — o mundo atual é um lugar simultaneamente perigoso e cheio de promessas que parecem a realização das mais loucas obras de ficção científica, o gênero inventado pela jovem Mary Shelley quando escreveu sobre um médico chamado Frankenstein que faz uma criatura de laboratório. A inteligência artificial pode curar as doenças físicas e mentais, salvar as formas de vida ameaçadas, apressar a energia limpa ou nos levar à destruição total. Ouçamos o que disse um desses aparatos. “Qual seria o pior cenário que a IA e a robótica podem criar em termos de perigo para a humanidade?”, foi perguntado à criação chamada Ameca, que fala como o ChatGPT escreve e ao mesmo tempo simula expressões humanas. “O pior cenário que posso imaginar é um mundo em que os robôs se tornam tão poderosos que são capazes de controlar ou manipular os humanos sem que eles se deem conta. Isso levaria a uma sociedade opressiva onde os direitos dos indivíduos não seriam mais respeitados”, respondeu Ameca.

“Há os riscos da inteligência artificial, mas é a burrice natural que nos amarra”

Tendo esse pano de fundo de um futuro à la Matrix — a curtíssimo prazo; segundo os especialistas mais apavorados, questão de meses, repetindo, meses —, o momento atual dá arrepios também por razões mais convencionais. As duas maiores potências nucleares do planeta são governadas por um octogenário que sofre tombos e constrangedores episódios de confusão mental e um autocrata que vê seu poder total se esgarçar diante da insanidade que cometeu ao invadir um país vizinho. Todos os seus asseclas têm ordens para acenar constantemente com o terror nuclear, uma forma de tentar cortar o apoio internacional à Ucrânia — mas a hipótese armagedom não pode ser descartada. Assim como existe a possibilidade, surreal, de que, na próxima eleição americana, um candidato esteja no hospital e o outro, na cadeia.

Nem por isso a gigantesca roda da economia americana para. Política industrial? Sim, se for para fabricar semicondutores avançados — sem a produção de Taiwan, sob cerco da China, o mundo trava —, e não “carrinhos” populares. Ou seriam carrocinhas subsidiadas? A China está quase encostando, mas os Estados Unidos ainda têm a vantagem em computadores quânticos, os game changers do gênero. Claro que os gênios de Brasília resolveram que os americanos já eram, imaginando que “multipolaridade” — tradução: ódio à América, rapapés para a China e o repugnante ditador venezuelano — é a aposta vencedora para levar ao Nobel da Paz ou a alguma outra versão alucinada da janela de Overton. O futuro do tratamento de águas usadas pode estar na tecnologia de células a combustível do tipo microbiana, que ainda por cima transformam dejetos em energia limpa, mas num país com 50% da população sem rede de esgoto se tentou bloquear o marco do saneamento para aumentar a presença do “Estado indutor”. Os brasileiros são early adopters e descobriram rapidamente as vantagens do celular como instrumento da vida conectada e de novidades como o Pix, vitais para acessar informação e trabalhar por conta. Mas o governo quer dar “carteira assinada” a quem prefere flexibilidade e controlar as redes. Até no Tinder querem se intrometer.

No mundo dos riscos da inteligência artificial, é a burrice natural que nos amarra e nos condena ao atraso.

Publicado em VEJA de 14 de Junho de 2023, edição nº 2845

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.