A guerra do TikTok e a menina que já ganhou US$ 4 milhões com ele
Donald Trump vai mesmo fechar o aplicativo de vídeos onde Charli Damelio, de 16 anos, estourou como a mais vista - e agora foi para a concorrência

“Se vocês votarem em mim, poderão manter seu tickety-tock”, diz o Joe Biden fictício, uma paródia – não poderia ser outra coisa – do TikTok.
Mas, por enquanto, está difícil a vida dos adeptos do aplicativo de vídeo que fez um estrondoso sucesso mundial.
Donald Trump prometeu e está cumprindo: a partir de domingo, a coisa vai começar a “degradar” até ficar inacessível, em novembro.
Isso se a ByteDance, a empresa chinesa que é dona do aplicativo, não chegar a um acordo com a Oracle, passando o armazenamento de dados e a vigilância sobre seu sigilo para operadores americanos.
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O motivo é conhecido. O aplicativo de danças, dublagens e outras besteirinhas de adolescentes pode funcionar como um “aspirador” de informações.
Pais que compartilham o Wi-Fi com os filhos, inclusive os que ocupam posições estratégicas em órgãos de Estado, estariam ao alcance desse aspirador que transforma o inocente aplicativo num poderoso instrumento de espionagem.
A proibição de Trump alcança também o WeChat, o aplicativo de mensagens e jogos da Tencent, a gigante chinesa de tecnologia.
A proibição anunciada por Trump não foi o único golpe sofrido pelo aplicativo chinês, um sucesso impressionante que incomoda não apenas agentes de Estado, pelo potencial de espionagem, como os quase monopólios americanos.
Semanalmente, 53,5 milhões de americanos usam o TikTok, que cresceu 75% este ano e tem 33 vezes mais usuários do que o competidor mais próximo.
E foi da competição que partiu o outro golpe. Charli Damelio, a menina de 16 anos que alcançou 87 milhões de seguidores no TikTok, assinou um contrato com a Triller, aplicativo que usa Inteligência Artificial para editar os vídeos.
Charli não deixará de criar conteúdo para o TikTok, mas a “traição” pesa, principalmente nesse momento de alto risco.
O acordo com a Triller abrange a família toda: a irmã mais velha Dixie, que tem 34 milhões de seguidores; o pai, Marc, agora dedicado a administrar os negócios da marca Damelio (e seus 7 milhões de seguidores), e a mãe, Heidi, que tem “apenas” 5,6 milhões de pessoas interessadas no que faz e posta.
Charli começou com vídeos de dança – ela participa de competições em grupo desde criança. Trouxe Dixie e o resto da família.
Além das coreografias profissionais, ela faz confidências, testes de produtos e outras atividades de adolescente. Parece que nasceu para a coisa.
Cada vídeo dela rende em média 25 mil dólares. Sua fortuna atual é avaliada em 4 milhões de dólares.
As duas irmãs de cabelos negros e lustrosos evocam, obrigatoriamente, comparações com as Kardashian.
O reality show que fez a fama das Kardashian está encerrando atividades e o da família Damelio talvez esteja começando.
É como se fosse o fim de uma era. Sem os artifícios exagerados de maquiagem, figurino e poses sensuais, pelo menos por enquanto, as meninas Damelio são o futuro.
E seja quem for o dono do aplicativo ou qual o meio que escolham, com ou sem “cavalo de Tróia” insuflando a espionagem chinesa, o dinheiro vai continuar a jorrar.