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A desconstrução do socialismo: Cuba tem cinco blecautes em um ano

Em lugar do prometido paraíso, a mais duradoura ditadura do continente americano obriga população a viver em condições atrozes

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 31 out 2025, 07h54 - Publicado em 31 out 2025, 07h52

É uma “perseguição financeira e energética” dos Estados Unidos, já disse o líder comunista Miguel Díaz-Canel – sendo a exigência do hífen apenas uma das suas atitudes ridículas para quem está fora, atrozes para quem está dentro. A desculpa mais do que esfarrapada é para os cinco blecautes totais, de vários dias, sofridos pela ilha em um ano, mas também abrange outros aspectos que dão errado – tudo, em resumo – na ditadura mais antiga das Américas, com 66 anos no currículo.

A desculpa ainda emplaca junto à maioria dos países, embora os Estados Unidos tenham conseguido um pequeno aumento nos que não votam mais contra o embargo na Assembleia Geral da ONU.

Este ano, a resolução contra o embargo, sem maiores consequências, mas importante por revelar como a fabulação do regime cubano emplaca, foi aprovada por 165 votos, sete contra e doze abstenções. No ano passado, foram 187 votos a favor.

Votaram contra Estados Unidos, Israel, Argentina, Hungria, Paraguai, Macedônia do Norte e Ucrânia – esta, além de precisar do apoio americano, registrando vinte mil cubanos recrutados pela Rússia para lutar numa guerra infame com a qual não têm nada a ver. Isso mesmo, o número é avaliado em vinte mil, uma informação habitualmente escamoteada. Entre 200 e 300 já foram mortos, segundo cálculo do El País.

Os países que se abstiveram: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Costa Rica, Equador, Estônia, Letônia, Lituânia, Moldava, Marrocos, Polônia, República Checa e Romênia. El Salvador e República Dominicana se ausentaram.

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CORREDOR PARA MIAMI

Tirar o sangue da própria população como no caso dos combatentes enviados à Ucrânia não é exatamente uma novidade, embora as aventuras cubanas em outros países, no fim do século passado, não tenham dado certo – a exceção é Angola, que se enfrentou com a África do Sul com ajuda cubana; mas o regime angolano há muito abandonou o caminho do socialismo, também conhecido como rota da desgraça.

Isso inevitavelmente leva à pergunta: como um regime que faz a população passar fome, com 87% abaixo da linha da pobreza, tormento acrescentado pela constante falta de eletricidade – no interior, o fornecimento é de sete horas num dia, três horas no outro – pode ter sobrevivido por tanto tempo?

Construir uma ditadura com uma polícia política altamente especializada em matar no nascimento qualquer foco de oposição é a principal explicação. A ajuda da União Soviética, enquanto existiu essa entidade, também sustentou o cruel experimento dos irmãos Castro por muito tempo – o seu fim está na base da derrocada atual. Também ajuda o fato de ser uma ilha: o Atlântico protege o regime de invasões externas e oferece a saída para os desesperados, através do corredor para Miami, agora fechado por Donald Trump, o que aumenta a pressão sobre Díaz-Canel e companhia.

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‘NÃO EXISTEM MENDIGOS’

A doutrinação, estranhamente, ainda funciona para a casta socialista que subiu na vida através do único caminho para escapar à pobreza generalizada, o governo e as instituições por ele controladas.

Mas até pelos padrões da ditadura cubana foi demais quando a então ministra do Trabalho e Segurança Social, Marta Elena Feitó, disse, em julho passado, que em Cuba “não há mendigos, mas sim gente que se passa por mendigos para ganhar dinheiro fácil”. Ela teve que “pedir demissão”, o eufemismo habitual para ser mandada embora. Detalhe: o filho dela mora em Miami e está esperando o visto de residência. Díaz-Canel, excepcionalmente, disse que a ministra havia “perdido o contato com a realidade em que vivemos”.

É claro que a vida ficou pior ainda para muitos cubanos depois do furacão Melissa – ironicamente, os Estados Unidos foram o único grande país a oferecer ajuda, via Marco Rubio, o secretário de Estado que é filho de cubanos. Viver sem contato com a realidade é o padrão comum das autoridades comunistas e o próprio Díaz-Canel tuitou que “as medidas foram efetivas”. Como não existe oposição, fora das celas ou de Miami, nem, remotamente, a fiscalização de uma imprensa independente, ele pode dizer o que quiser.

Inclusive que a devastação do sistema de abastecimento de eletricidade e a escuridão literal que caiu sobre o país é culpa dos americanos malvados. Desafortunadamente, poucos dão alguma atenção à tragédia dos cubanos, um assunto que emerge uma vez por ano na Assembleia Geral, com o voto da maioria dos países contra o embargo, como se isso explicasse a ruína de um país que poderia dar certo, aproveitando o solo, o clima e as maravilhosas praias caribenhas – exploradas, hoje, por hotéis que pertencem à alta hierarquia militar. E o povo que se dane ou se “disfarce” de mendigos para sobreviver.

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