A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou nesta terça-feira uma série de mudanças para o Prêmio Jabuti. Agora a premiação tem 18 categorias (eram 29 no ano passado), premia apenas o primeiro colocado de cada uma delas, e escolhe um vencedor como Livro do Ano, que vai receber 100.000 reais – o vencedor de cada categoria recebe agora 5.000 reais (eram 3.500 em 2017).
Os vencedores serão conhecidos na cerimônia de entrega do prêmio, no dia 8 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Antes disso, a CBL anuncia 10 finalistas de cada categoria.
Duas novas categorias foram criadas: formação de novos leitores e impressão. A primeira vai selecionar iniciativas que despertem interesse pela leitura. Já a segunda vai prestigiar processos de impressão (o livro e a editora serão premiados, e quem recebe o prêmio em dinheiro é a gráfica responsável).
“O Jabuti é uma edificação pronta, só estamos fazendo a reestruturação”, disse o curador Luiz Armando Bagolin em coletiva de imprensa na sede da CBL nesta terça. “Ele foi criado como um prêmio para celebrar o mercado editorial e se tornou um ativo cultural da sociedade brasileira, as mudanças então são uma homenagem do mercado ao leitor.”
O Prêmio agora se divide em quatro eixos, cada um com subcategorias. Literatura (Romance, Poesia, Conto, Crônica, Infantil e Juvenil, Tradução, HQ); Ensaios (Biografia, Humanidades, Ciências, Artes, Economia Criativa); Livro (Capa, Projeto Gráfico, Ilustração, Impressão); Inovação (Formação de Novos Leitores, Livro Brasileiro Publicado no Exterior).
Cada uma das 18 categorias terá apenas um vencedor, e não três, como ocorria no passado. Todos os livros vencedores nos eixos Literatura e Ensaios concorrem ao prêmio de Livro do Ano.
Autores independentes, sem vínculos com editoras, também passam a ter desconto no valor de inscrição (327 reais contra 430 reais para não associados da CBL; associados pagam 285 reais por inscrição). De qualquer forma, respeitando a Lei do Livro, o regulamento exige que os livros tenham ISBN e ficha catalográfica (que não precisa ser feita por uma editora).
O júri de cada categoria será formado por nomes indicados à CBL e referendados pelo conselho curador do Jabuti (como ocorreu ano passado). As inscrições das indicações ao júri abrem nesta terça-feira e vão até o dia 15 de junho. Os jurados, três por categoria, terão um prazo para indicar treze obras do universo de inscritos no Jabuti e dois meses para avaliação dos títulos.
Todas as mudanças têm por objetivo aproximar o Jabuti dos leitores e também dar mais reconhecimento à promoção da leitura, segundo o curador. Para ele, a diminuição no número de categorias não representa necessariamente uma redução no número de contemplados. “Tudo que existia antes (como livros mais técnicos) ainda pode ser contemplado. Nosso foco é o leitor, não é mais o nicho”, disse.
Bagolin ainda explica que a decisão de retirar os segundo e terceiro lugares pretende tornar mais valioso o prêmio de primeiro lugar, mais competitivo. “Mais importante do que a valoração financeira é a premiação simbólica”, disse. “O Jabuti se tornou carne de vaca, todo mundo ganhou. Nessa atualização, a gente quer que ele volte a ser um prêmio disputado.”