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Flip 2019 terá jornalismo, ciência e política

Festa literária vai destacar obras de não ficção e trazer vozes dissonantes – como autores de direita e de esquerda

Por Ana Weiss
Atualizado em 25 abr 2019, 13h57 - Publicado em 25 abr 2019, 08h00

A constatação de que a realidade anda deixando pouco espaço para a ficção ganha expressão literária na próxima Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece entre 10 a 14 de julho, na cidade praiana. A começar pelo homenageado, o jornalista Euclides da Cunha, as escolhas para a 17ª edição do evento celebram a criação da escrita de não ficção: histórias científicas, biografias, obras memorialísticas e, claro, a reportagem dominarão os lançamentos e as disputadas mesas da festa, a mais importante do país a debater e celebrar a leitura e a escrita.

O projeto é reflexo direto do currículo e da personalidade da nova curadora do evento, a editora e jornalista Fernanda Diamant. Formada em filosofia e interessada por ciência, ela garante que a escolha dos autores que participarão do evento – até o momento, são oito confirmados – é pautada pela qualidade de seus trabalhos. No mais, dedica-se desde que assumiu o posto a captar expressões tão diversas como distantes: terror e ciência, reportagem e teatro, fábulas contemporâneas e fotografia. “Também quero trazer vozes dissonantes que alcancem as diferentes direções políticas do debate nacional ”, diz ela, consciente da grande chance de ser alvo de críticas de muitos lados pela presença de seus opostos. “É do jogo.”

Diamant assume uma Flip amadurecida por anos de perda de patrocínio e revisão de prioridades. Herda de sua antecessora, a também jornalista e historiadora Joselia Aguiar, a missão de transcender, antecipar e influenciar o mercado editorial. Em anos mais gordos, a atuação do festival andou em outra direção, funcionando mais como vitrine de lançamentos, incrementando a venda de livros de grandes editoras – abdicando muitas vezes, assim, do papel de ir aonde o mercado não chega e apontar caminho para as casas editoriais.

Aguiar tomou como partido a inclusão de extratos da sociedade que buscam mais espaço na vida literária e no mercado cultural, como negros e mulheres que produzem sobre as suas questões. Diamant, porém, se impôs um desafio diferente e quer reunir incongruências: autores de direita e de esquerda, defensores da religião e seus críticos, literatos e cientistas.

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Segundo a curadora, a escolha da homenagem deste ano pelo repórter carioca Euclides da Cunha, que fez seu livro central a partir da cobertura de um levante antirrepublicano na mudança de regime no Brasil, reforça a necessidade de se reunir pontos de vista discordantes no evento. “Euclides mudou completamente de opinião sobre o objeto de sua cobertura e deixa isso absolutamente claro no decorrer da sua escrita. É uma grandeza intelectual exemplar e vejo como necessária para o que estamos vivendo hoje.”

Os Sertões, obra-chave do homenageado, nasceu de uma pauta do jornal O Estado de S.Paulo, que enviou o jovem engenheiro Euclides da Cunha para trazer do sertão da Bahia notícias da resistência à nova – e desejada – ordem republicana. O correspondente fez um retrato esmiuçado de um Brasil imenso que os liberais do Sudeste desconheciam. O livro, com boa parte de suas páginas dedicadas à geografia, à sociologia e ao relato jornalístico, ainda assim é confeccionado do começo ao fim por literatura de primeiríssima qualidade. “O trabalho de Euclides continua pioneiro e revolucionário até hoje”, diz Diamant, que trabalhou na montagem teatral de Os Sertões de José Celso Martinez Corrêa e não nega o desejo de trazer apresentações de cenas e outras linguagens para o evento literário.

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