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Eduardo Spohr, os anjos e a literatura nerd

Depois da matéria especial sobre a vez dos anjos na literatura – clique aqui para ler –, o site de VEJA recebeu inúmeros pedidos de entrevista com um representante brasileiro de peso na área, o carioca Eduardo Spohr. Autor de A Batalha do Apocalipse (Verus), Spohr tem cerca de 80.000 exemplares vendidos, entre cópias em […]

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2024, 18h46 - Publicado em 31 jan 2011, 08h17
  • Seguir materia Seguindo materia
  • eduardo-spohr-divulgcaoDepois da matéria especial sobre a vez dos anjos na literatura – clique aqui para ler –, o site de VEJA recebeu inúmeros pedidos de entrevista com um representante brasileiro de peso na área, o carioca Eduardo Spohr. Autor de A Batalha do Apocalipse (Verus), Spohr tem cerca de 80.000 exemplares vendidos, entre cópias em brochura, edição especial e a primeira versão da obra, editada de maneira independente e posta à venda no site Jovem Nerd, ao qual o autor é ligado.

    Na conversa abaixo, ele fala da fama de nerd, da força dos anjos no mercado editorial e de seus próximos projetos: deve lançar dois livros neste ano.
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    Seu livro A Batalha do Apocalipse pode ser definido como literatura nerd?
    O livro ficou muito associado à cultura nerd por ter sido primeiramente lançado de forma independente pelo site Jovem Nerd, do qual também participo. Lá, reúnem-se fãs de obras de fantasia como as de Tolkien (criador de O Senhor dos Anéis), J. K. Rowling (Harry Potter), C. S. Lewis (da série As Crônicas de Nárnia) e Cornwell (de A Busca do Graal e As Crônicas de Artur). O nerd em geral é aquela pessoa que gosta de aprender, de saber mais sobre diversos assuntos. Talvez por isso A Batalha do Apocalipse tenha caído nas graças desse público, por conter passagens em que eu exploro a história da humanidade, falo sobre geografia, filosofia e política. Sempre quis que o romance fosse uma aventura, acima de tudo, mas que também abordasse questões mais profundas.

    Há muitos tipos de anjos, dos caídos aos extremamente bons. Como você define os do seu livro?
    Tento abordar um pouco de cada aspecto do mito. Há os anjos leais a Deus, os anjos caídos, os renegados, vários grupos. Na verdade, todas essas histórias tratam do ser humano, não de criaturas sobrenaturais ou fantásticas. Os anjos são um veículo para o mito falar sobre amor, vaidade, ciúmes, heroísmo… qualidades essencialmente humanas.a-batalha-apocalipse Todas as grandes histórias falam sobre conflitos humanos, principalmente, mesmo que seus personagens sejam anjos, vampiros, robôs ou pessoas normais.

    Você fez algum tipo de pesquisa para escrever A Batalha do Apocalipse?
    Sempre fui interessado em mitologia, religião e história, porque tive a chance de viajar o mundo quando criança, conhecendo povos e culturas diferentes. Assim, pode-se dizer que eu estive em contato com a pesquisa para o livro durante muitos anos. Durante o processo de escrita, estudei muito sobre os temas abordados, mas me concentrei mais na trama e nos personagens em si. Se você tem uma boa pesquisa mas não tem uma boa trama, o romance não dá certo.

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    Você nunca pensou em escrever sobre vampiros, o grande filão do momento?
    Nunca me ocorreu. Meu interesse sempre foi mais voltado para a fantasia e para a ficção-científica, não tanto para o terror ou mesmo para o horror gótico. Minhas principais influências literárias no âmbito do conteúdo vêm de autores como Tolkien, Robert E. Howard e Frank Herbert. Ainda assim, não há como negar que os vampiros são criaturas fascinantes. O mito vampiresco é algo muito forte e presente em várias culturas.

    Você acredita que os anjos sejam o novo filão da ficção, no lugar dos vampiros?
    Parece que livros com esta temática têm feito bastante sucesso. Mas não acho que uma coisa substitua a outra, não. Todos têm seu espaço nas prateleiras. Quanto mais obras de qualidade no mercado, melhor.

    Você está há semanas na lista dos livros mais vendidos de VEJA. Já dá para viver de livro?
    Eu já vivia de literatura antes mesmo da publicação pela editora, porque lançamos em 2007 a obra de forma independente, através do site Jovem Nerd. Isso já deu para me sustentar por algum tempo. O que a publicação trouxe foi a possibilidade de eu formar uma carreira como escritor. Mas, independentemente disso, acho que a gente sempre tem que fazer o que gosta. Quando trabalhamos com o que amamos, fazemos bem, e a possibilidade de alcançar sucesso sempre é maior do que numa profissão onde você está lá apenas para ganhar dinheiro.

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    Você trabalha em um novo projeto agora? Qual?
    Sim. Em 2011, quero lançar dois livros. Um é um projeto secreto em conjunto com a turma do Jovem Nerd. Não será um livro meu, será um trabalho da galera do site. Também trabalho em um romance que se passará no mesmo universo de A Batalha do Apocalipse – esse sairá pela Verus, mas acredito que só no segundo semestre.

    Maria Carolina Maia

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