O autor americano Philip Roth, 79, não pretende mais escrever. Em entrevista à revista francesa Les inRocks, publicada em outubro, Roth afirmou que não escreve nada novo há três anos e que não pensa em preparar nenhum outro romance.
“Para dizer a verdade, parei”, disse ele à revista. “Nemesis será meu último livro.” Lançado no Brasil em setembro de 2011, Nemesis (tradução de Jorio Dauster, Companhia das Letras, 200 páginas, 36 reais) conta a história de Eugene “Bucky” Cantor, professor de educação física que tem sua vida transformada quando vários alunos da escola em que trabalha contraem poliomielite, em 1944.
De acordo com o escritor, quando ele tinha 74 anos percebeu que estava envelhecendo e decidiu reler seus romances favoritos e os livros de sua autoria, do último ao primeiro. Ele queria se certificar de que não tinha perdido tempo ao escrever. “Percebi que consegui fazer um bom trabalho. Ao final de sua vida, o lutador Joe Louis disse ‘Fiz o melhor que pude com o que tinha em mãos’. É exatamente isso o que eu diria sobre meus livros”, afirmou Roth. “Depois disso, eu decidi parar com a ficção. Não quero mais ler nem escrever”.
O escritor disse que estudou, ensinou, escreveu e leu romances a vida toda, dedicando-lhes quase todo o tempo que tinha. “Não sinto mais a empolgação por escrever que tinha antes.”
Roth é ganhador de diversos prêmios literários, dentre eles um Pulitzer, em 1997, por Pastoral Americana. O autor também foi condecorado com uma Gold Medal in Fiction pela American Academy of Arts and Letters, além de ter conquistado por duas vezes o National Book Award e figurado diversas vezes na lista de favoritos ao Nobel.