Nos últimos dias voltou a circular, sobretudo no WhatsApp, uma entrevista fictícia com um traficante publicada na coluna do cineasta e jornalista Arnaldo Jabor, no jornal O Globo, há mais de 11 anos.
A mensagem que se espalha pelo aplicativo de mensagens, no entanto, toma a entrevista como verdadeira e a atribui a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Leia abaixo um trecho da entrevista, classificada como “assustadora, mas imperdível” na mensagem:
O texto, tal qual veiculado no WhatsApp, foi, de fato, publicado por O Globo na coluna de Jabor, no dia 23 de maio de 2006, com o título “Estamos todos no inferno”, como se observa no acervo do jornal (veja abaixo). Naquele mês, diante da transferência de Marcola do presídio de Avaré para o de Presidente Venceslau, cadeia de segurança máxima, o PCC desencadeou uma onda de atentados a policiais, agentes penitenciários e delegacias de polícia, além de rebeliões em presídios paulistas.
A entrevista, contudo, é fictícia, e Arnaldo Jabor sequer cita o nome de Marcola. O “entrevistado” é um traficante do PCC que está preso. Na ocasião, quando o texto começou a circular como se verdadeiro fosse, Jabor esclareceu: “Eu escrevi nos jornais uma coluna em que inventei uma entrevista imaginária com um traficante preso do PCC. Na entrevista, o personagem de ficção critica o Brasil de hoje e denuncia os erros das polícias e da sociedade. É um texto do qual eu me orgulho. É legal o texto. E todo mundo gosta, mas não acreditam que fui eu que fiz. Acham que é real a lucidez do bandido”.
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