Circula nos últimos dias no WhatsApp o boato de que uma juíza de Duque de Caxias (RJ), município da Baixada Fluminense, foi flagrada dirigindo bêbada e, algemada por um policial militar, desacatou o agente e proferiu ofensas racistas contra o motorista de um carro atingido pelo dela.
Segundo a informação falsa, acompanhada de vídeos que mostrariam os ataques da suposta magistrada (veja imagens acima), ela foi detida e libertada após pagar fiança de 1.000 reais.
As imagens mostram, de fato, uma mulher embriagada e algemada dentro de um carro. Enquanto o PM tenta contê-la, ela grita para que ele a solte, xinga o policial de “miliciano”, agride-o com mordidas e chutes e chega a se atirar no chão pedindo por “socorro”. Em outros trechos dos vídeos, a mulher chama outro motorista, que filmava a cena, de “preto” e “negão filho da p…”. É possível ouvir o homem relatando que perseguiu a motorista bêbada e chamou a polícia depois de ter o seu veículo atingido por ela.
A protagonista destas cenas lamentáveis, no entanto, não é juíza – em Duque de Caxias ou qualquer outra cidade. Conforme a Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), “diferentemente do que vem sendo veiculado em alguns grupos da WhatsApp, não é juíza de Direito a mulher algemada por policiais militares e filmada, aparentemente embriagada, após bater seu carro em outros, em Campinho”.
Por meio de nota enviada ao Me Engana que Eu Posto, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informa que o nome da motorista detida é Andrea Leite, uma dentista. Também em comunicado enviado ao blog, a assessoria de imprensa da Polícia Militar fluminense afirma que Andrea foi presa na manhã da última quinta-feira por policiais do 9º Batalhão da PM, acionados por um dos motoristas envolvidos em um acidente com três carros. A ocorrência aconteceu no bairro Campinho, Zona Norte carioca.
“No momento em que os policiais militares solicitaram aos ocupantes dos veículos que desembarcassem com os seus documentos, a motorista do Honda Fit se recusou a sair e passou a ofendê-los chamando-os de ‘corruptos e milicianos’, chamando um outro motorista de ‘preto’, ‘macaco’ e ainda tentou agredir os policiais militares”, relata a PM.
A polícia ainda informa que, em função do estado de embriaguez de Andrea, uma equipe do Corpo de Bombeiros e uma ambulância foram chamadas. Ela chegou a agredir a tenente dos bombeiros que comandava o atendimento.
Ao contrário do que diz o boato, a motorista não foi liberada após pagar fiança de 1.000 reais. Segundo a Polícia Civil, ela segue presa e seu processo aguarda audiência de custódia, a ser marcada após o fim do recesso do Judiciário.
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