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A verdade por trás de manchetes falsas que se espalham pela internet. Editado por João Pedroso de Campos.
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Jean Wyllys e Maria do Rosário querem descriminalizar pedofilia?

Alvo de boatos recorrentes na internet, deputado do PSOL é alvo de notícia falsa que editou foto publicada em 2015

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 dez 2017, 20h28 - Publicado em 23 out 2017, 18h41
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  • O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) é, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos políticos que mais motivam notícias falsas na internet. Conforme manchetes mentirosas que se proliferam em redes sociais e no WhatsApp, o parlamentar já propôs alterações na Bíblia, disse que não há pedofilia em casamentos infantis islâmicos, apoiou o casamento entre pessoas e animais e dirigiu o filme “Jesus, a diva da mentira”, que mostraria Jesus Cristo e seus discípulos como homossexuais. Tudo lorota.

    A mais nova notícia falsa envolvendo Wyllys inclui também a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Conforme o texto, publicado inicialmente pelo blog Pelo Amor de Deus e replicado por sites como o cascateiro contumaz Sociedade Oculta, os dois deputados vão propor um projeto para descriminalizar a pedofilia. Leia abaixo:

    Maria do Rosário e Jean Wyllys querem descriminalizar a pedofilia. “Pedófilo tem que ser tratado e não preso”

    A deputada federal Maria do Rosário (PT), junto com o também deputado federal Jean Wyllys (PSOL) [sic.] entraram em um acordo pessoal, [sic.] para juntos, [sic.] criarem um projeto para descriminalizar a pedofilia, pois [sic.] segundo eles, pedófilos não são responsáveis por seus atos, uma vez que sofrem de um transtorno psicológico de desejo por crianças.

    O projeto visa [sic.] revogar a lei que trata a pedofilia como crime, e passe a tratar os casos como doença. Se caso o projeto seja mesmo criado e aprovado, pedófilos não serão presos, mas sim submetidos a tratamento psicológico e posteriormente internados em clinicas de reabilitação.

    “Colocar um ser humano dentro de uma cadeia apenas pelo fato de esse sentir desejos sexuais por crianças é algo cruel e inadmissível, temos que mudar isso.” Disse um manifestante que apoia as causas dos dois deputados.

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    Há alguns anos, o cunhado deputado Maria do Rosário foi flagrado em uma blitz de trânsito acompanhado de duas crianças, 11 e 15 anos.

    O cunhado da deputada alegou que estava dando carona para as meninas.

    Já referente à [sic.] Jean Wyllys, circula nas redes sociais uma notícia em que o mesmo afirma que casamento entre um adulto e criança não se tratava de pedofilia, mas sim de um ato tradicional na cultura islâmica.

    Será tudo isso pura coincidência ou um plano para destruir nossas crianças?

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    Como este blog costuma alertar, o volume expressivo de erros de português em textos que emulam o estilo jornalístico deve ser interpretado pelo leitor como um sinal de que a informação é falsa. Há seis derrapadas do tipo na “reportagem” sobre o “projeto” de Wyllys e Maria do Rosário. A ausência de tal informação em veículos de informação confiáveis também é evidência de que a “notícia” não merece crédito.

    Diante de mais um boato, Jean Wyllys publicou um desmentido em suas redes sociais. No Twitter, o deputado do PSOL alertou para a edição da imagem que ilustra a notícia falsa, feita a partir de uma foto publicada pelo portal G1 em outubro de 2015.

    Na imagem original, lê-se no cartaz de Maria do Rosário: “tod@s devemos ter dignidade humana respeitada pelo Estado”; na imagem editada, lê-se “pedofilia não é crime, é doença”. Veja abaixo:

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    Em seu perfil no Facebook, o deputado explicou o contexto da foto: “manipularam de forma criminosa uma foto do portal de notícias G1, feita no ano de 2015, que registrou o momento em que eu e as deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Maria do Rosário (PT-RS) protocolamos dois recursos para que o projeto de lei do Estatuto Homofóbico contra as Famílias fosse apreciado no plenário da Câmara dos Deputados antes de ir para o Senado e, assim, anular sua tramitação conclusiva na Comissão Especial, onde os fundamentalistas tinham maioria”.

    A única informação verdadeira veiculada pelo boato é a de que uma blitz contra a exploração sexual de menores, em Porto Alegre, em 31 de outubro de 2003, flagrou um cunhado de Maria do Rosário.

    Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em 8 de novembro daquele ano, a própria deputada, que participava da ação, flagrou o cunhado “com outro homem e duas meninas, de 11 e 15 anos, em um carro na avenida Farrapos, reduto da prostituição em Porto Alegre”. “O cunhado de Maria do Rosário, agora em processo de separação, alegou que estava dando carona para as garotas”, relatou o jornal.

    Legislação

    No Brasil, o Código Penal não cita textualmente pedofilia, mas considera crime a relação sexual ou ato libidinoso praticado por adulto com criança ou adolescente menor de 14 anos. Conforme o artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, é considerado crime, inclusive, o ato de “adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.”

     

    Agora você também pode colaborar com o Me engana que eu posto no combate às notícias mentirosas da internet. Recebeu alguma informação que suspeita – ou tem certeza – ser falsa? Envie para o blog via WhatsApp, no número (11) 9 9967-9374.

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