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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Por que Milei não saiu derrotado da eleição argentina

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 08h24 - Publicado em 23 out 2023, 19h39

Javier Milei, o candidato da extrema-direita argentina à presidência não saiu, nem de longe, derrotado no primeiro turno das eleições, como tem sido definido majoritariamente. 

Ao contrário. 

Se perguntássemos há dois anos, ninguém – rigorosamente ninguém – apostaria nele para a posição do candidato que ainda pode derrotar o tradicional peronismo. 

É um sucesso chegar ao ponto em que Milei chegou. O partido que ele ajudou a criar em 2021 fez 35 deputados e oito senadores, o que mais cresceu no Legislativo. 

Óbvio que, como ele era apontado como o líder de votos em oito de cada dez pesquisas, a segunda colocação traz um desânimo, especialmente para a estrutura da campanha. 

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Neste domingo, 22, Milei rosnou como de costume, mas não tinha o apelo que obteve à medida que alguns institutos apontavam até uma vitória no primeiro turno. 

Ocorre que agora é que “são elas”: uma nova eleição começa. 

Sergio Massa saiu vitorioso, o primeiro colocado, animou a militância peronista, mas tem um enorme desafio daqui em diante.

Não adianta falar em fazer um governo de coalizão se o que está à frente é a eterna incapacidade dos peronistas de se unirem à direita democrática argentina. 

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Enquanto Massa recebeu 36% dos votos no primeiro turno, Milei obteve 30%. Patricia Bullrich, da direita tradicional de Maurício Macri, alcançou mais de 24%, ficando fora da disputa, mas já sinalizou que não deve apoiar Sergio Massa, o peronista. 

“O populismo empobreceu o país e não sou eu quem vai felicitar o regresso ao poder de alguém que fez parte do pior governo da história Argentina”, disse Patricia Bullrich. 

O Brasil de 2018 viveu exatamente esse o enredo: a direita tradicional e a centro-direita apoiaram Bolsonaro, assumindo o risco de um extremista no poder, porque não queriam a esquerda. 

Ou seja – apertem os cintos, leitores – a Argentina hoje é um país com uma eleição em aberto. Aliás, totalmente em aberto.

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