Por que Bolsonaro deixou a ‘digital’ no golpe, segundo investigador da PF
Ou... o ato mais grave do ex-presidente contra a democracia brasileira!

Líder da extrema-direita brasileira, Jair Bolsonaro cometeu o seu mais grave ato enquanto presidente da República quando pediu que a nauseante minuta de golpe de Estado elaborada por assessores fosse editada.
“Naquele momento, ele deixou a digital”, afirmou um investigador da Polícia Federal à coluna ao fazer esta avaliação.
Nesta quinta, 8, o Brasil começou a ver ruir a “casa” de Bolsonaro após a deflagração da operação “Tempus Veritatis”, que significa “hora da verdade” – no caso, hora da verdade que chegou para o líder da extrema-direita.
Para o judiciário e a PF, o ex-presidente tinha pleno conhecimento da organização de golpe de estado, um crime gravíssimo, e liderava o “núcleo de inteligência” contra a posse de Lula, ainda em sua gestão.
Como mostrou a coluna Maquiavel, Bolsonaro recebeu um documento que previa até a prisão dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e de Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional.
Mas teria pedido a edição do texto – momento que comprova sua participação na conspiração contra a democracia brasileira – deixando apenas Moraes como alvo, como assustadoramente descreve decisão do próprio magistrado contra o ex-presidente, ex-integrantes do governo federal e militares, divulgada nesta quinta, 8:
“Foram realizadas alterações a pedido do então presidente permanecendo a determinação de prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições. Nesse sentido, era relevante para os investigados monitorarem o ministro para executarem a pretendida ordem de prisão, em caso de consumação do Golpe de Estado”.
Por isso, o ex-assessor especial para assuntos internacionais Felipe Martins foi preso. Ele, que ficou conhecido nacionalmente fazendo sinais nazistas no Senado, entregou a minuta de golpe a Bolsonaro, segundo as investigações.
Outro fato gravíssimo relatado na decisão de Alexandre de Moraes, segundo esse investigador ouvido pela coluna, é a suspeita de que o ex-presidente teria convocado generais e comandantes das Forças Armadas para aderirem ao plano golpista.
Mas, de acordo com ele, os dois episódios estão sendo vistos sobre a mesma ótica jurídica. Ou… criminal.