Queridos leitores, o país tem mudado muito. Hoje já são vários Institutos de pesquisas. E nesta segunda-feira, 19, o país – ou boa parte dele – viu um novo levantamento ser divulgado no Jornal Nacional.
Não é qualquer um.
É o Ipec, que carrega a tradicional metodologia do antigo Ibope, confirmando uma tendência de subida de Lula a 13 dias, quase 12, do primeiro turno das eleições.
Isso, no mesmo momento em que Bolsonaro envergonhou o país ao subir no corpo de Elizabeth II para fazer comício, enquanto o petista juntava da centro-direita até a esquerda mais radical para dizer “basta”.
Basta de ode à tortura, à ditadura, à morte de compatriotas com Covid-19.
Basta de fingir falta de ar enquanto não havia oxigênio nos hospitais, basta da banalidade do mal em um país que tem 33 milhões de brasileiros que passam fome e outros 12 milhões de desempregados – parte deles, os mesmos.
Sim, o PT fez coisas ruins para permanecer na “hegemonia da democracia” até hoje. Um exemplo claro foi a campanha covarde contra Marina Silva em 2014, que a derrubou nas pesquisas e manteve o partido no poder.
Mas Marina sabe o que está em jogo no Brasil.
Resolveu dar uma nova chance a Lula, o presidente que saiu do poder com 80% de aprovação em 2010 – elegendo a primeira mulher como chefe de estado do país.
Pois ela – Marina, e não Dilma – encabeçou uma reunião para dizer que é possível dar ao antigo líder operário um novo mandato para que ele, quem sabe, pacifique o país.
Um país que hoje mata seus servidores da Funai que lutam para preservar a Amazônia e os indígenas isolados através de uma política governamental criminosa.
E ela pode acabar.
A tal pesquisa Ipec, que falei no início do texto, mostrou não só Lula subindo de 46% para 47%, Bolsonaro mantendo 31%, mas a avaliação negativa do atual governo crescendo dois pontos. Lula, segundo o instituto, está com 52% dos votos válidos e aumentando ainda mais a vantagem em um eventual segundo turno.
Mas será mesmo necessário um segundo turno após tudo que Bolsonaro fez no poder?
A política brasileira “não surtada” está expandindo a própria consciência. Fazendo movimentos novos. Esquecendo as diferenças em nome de algo maior. Em nome da nação, do coletivo, da liberdade e, principalmente, da vida.
Mesmo que voltem a debater, nunca mais terão a rivalidade extrema de antes. Irão lembrar sempre desse momento.
O que falta a Ciro Gomes e Simone Tebet para mudarem o discurso a 288 horas dessas eleições?