A deflagração da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, é um forte abalo sísmico nos planos políticos de Jair Bolsonaro para o Rio de Janeiro.
A operação da PF é obviamente técnica, mas respinga no mundo político ao atingir o deputado bolsonarista Alexandre Ramagem, homem de confiança do ex-presidente e que chefiou a Abin.
Ramagem deverá ser o candidato do PL para a prefeitura do Rio de Janeiro, e a operação policial será usada politicamente contra o ex-diretor da Abin.
A ação da Polícia Federal investiga uma organização criminosa que teria, de dentro da Agência Brasileira de Inteligência, monitorado ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis – sem a devida autorização judicial.
Como mostrou o Radar, a nova ação da PF é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.
À época, as provas obtidas indicavam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin, durante a gestão Bolsonaro, produzindo informações para uso político contra adversários.