OAB do Amazonas terá 1ª presidente mulher a partir de janeiro
Ordem do estado será a primeira do país 100% dirigida por mulheres antes mesmo da nova regra de paridade entrar em vigor
A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas terá, a partir de 1º de janeiro, sua primeira presidente mulher, a advogada Grace Benayon. Quando assumir o cargo, ela será também a terceira mulher da história a assumir uma seccional da OAB e a única a ocupar o cargo em 2021.
Grace é formada em direito pelo Instituto Metodista Bennett do Rio de Janeiro, atua nas áreas do direito empresarial e do direito médico. Ela é a atual vice-presidente da OAB-AM e assumirá o cargo porque o titular, Marco Aurélio Choy, se afastará da entidade para assumir uma função pública, de procurador-geral do município de Manaus.
No histórico da OAB, que completou 90 anos em 2020, Grace será a terceira mulher a presidir uma seccional da entidade. A primeira foi Estefânia Viveiros, presidente da OAB do Distrito Federal de 2004 a 2009. A segunda foi Fernanda Marinela, em Alagoas, de 2016 a 2018. No momento, nenhuma mulher preside qualquer das 27 seccionais da OAB. Por isso, após assumir o cargo, Grace será a única no exercício da função.
“Para mim, é uma honra ocupar essa importante função. É um momento histórico para a Ordem. A OAB adotou a cota de pelo menos 30% de mulheres em todas as chapas a partir da eleição de 2021. Mas o Amazonas se antecipou e adotou esse mínimo já em 2018. Por isso, hoje, nós mulheres já temos esse peso na direção estadual”, afirma Grace. Ela lembra que, no Amazonas, a Escola Superior da Advocacia e a Caixa de Assistência dos Advogados, que são os braços educacional e assistencial da OAB, também são presididas por mulheres e que a seccional também tem mulheres entre seus representantes no Conselho Federal.
Segundo a nova presidente da OAB-AM é positiva a decisão do Conselho Federal da OAB, tomada neste mês, de aumentar a cota feminina de 30% para 50% nas próximas eleições. “Esse tipo de medida ajuda a colocar a OAB em compasso com a sociedade. Nossos colegas do Amazonas entenderam isso e levaram essa posição para o Conselho Federal. A atuação do secretário-geral da OAB Nacional, que é do Amazonas, foi preponderante”, diz Grace. “É importante que as mulheres ocupem espaços de poder”, complementa a advogada.
O atual presidente da OAB-AM, Marco Choy, afirma que um dos motivos que o incentivaram a aceitar o convite para entrar na gestão municipal foi abrir espaço para o Amazonas ser exemplo de empoderamento feminino. “É um movimento irreversível e saudável para a OAB”, diz. José Alberto Simonetti, amazonense que hoje ocupa o cargo de secretário-geral na diretoria nacional da OAB, lembra que são 603 mil mulheres e 605 mil homens habilitados na OAB para exercer a profissão. “A cada exame da OAB, o número de mulheres aprovadas é sempre maior que o de homens. Em breve, elas serão a maioria. A entidade precisa corrigir as distorções internas para se adaptar a essa nova realidade”, diz.