Lula tem obtido vitórias em série em seus casos na Justiça. A mais robusta delas, claro, foi quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações do ex-presidente pela Justiça Federal no Paraná – os casos relacionadas às investigações da Operação Lava Jato.
Naquele momento, já se sabia uma coisa: com a decisão de Fachin, o ex-presidente petista tinha recuperado os direitos políticos e voltava a estar elegível. Hoje, desponta nas pesquisas como favorito para as eleições presidenciais de 2022.
Acontece que existem processos e processos que ele responde. Alguns, como o do triplex do Guarujá, estava claramente errado em sua raiz, desde o início. Chegava a ser irresponsabilidade e até indigno fazer uma leitura diferente daquele caso, que claramente foi usado para tirá-lo das eleições de 2018.
Já o processo do sítio de Atibaia, não. Os indícios de irregularidades eram mais fortes, até pelas obras nas terras, frequentadas pelo petista, e que foram pagas por Odebrecht e OAS sem uma explicação convincente.
Pois bem. Anulado também por Fachin, este processo era, entre os adversários do ex-presidente Lula, a maior esperança de que ele, o petista, pudesse vir a ser condenado de novo.
Mas a juíza Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília, simplesmente rejeitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-presidente.
Como mostrou a Folha, a magistrada ainda refutou a denúncia contra todos os demais envolvidos no caso e mais: disse que o MPF deixou de fazer “a adequação da peça acusatória” às recentes decisões tomadas pelo STF.
O ex-presidente, que chegou a ficar preso por mais de 500 dias por decisões de Sergio Moro, hoje só obtém vitórias atrás de vitórias na Justiça. A mais importante delas é esta última.