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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O que o resgate do cavalo Caramelo revela sobre o Brasil

Houve dúvidas se era um animal macho ou fêmea, mas o que importa mesmo é outra coisa, querido leitor…

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 09h04 - Publicado em 9 Maio 2024, 16h01
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  • O resgate de Caramelo pelos bombeiros paulistas que estão ajudando na tragédia do Rio Grande do Sul – após um dos maiores eventos extremos que o Brasil já viu – é um momento emocionante do país que não esqueceremos.

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    Aliás, isso revela muito sobre o brasileiro. O brasileiro é capaz, em momentos com dores profundas diante de uma tragédia, de mostrar sua solidariedade ao próximo.

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    Ver minhas amigas Leilane Neubarth e Camila Bomfim se emocionando ao vivo, na GloboNews, com a cobertura do resgate do animal que ficou ilhado num telhado por dias, em pé, sem entender exatamente porque estava ali, me emocionou ainda mais.

    Mas, por que o animal estava ali exposto por nós, seres humanos e brasileiros, é uma resposta que devemos a Caramelo.

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    Ela diz respeito à negligência.

    Nós negligenciamos todos os alertas feitos pela ciência nos últimos anos. Negligenciamos nossos próprios climatologistas, como o brilhante Carlos Nobre, que fez o Cemaden, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, órgão que salva vidas Brasil afora.

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    Caramelo não deve ter entendido nada quando foi sedado antes de ser colocado naquele bote. Segundos antes de apagar, devia estar com muito medo. E com a certeza de que não acordaria mais porque nós, seres humanos, temos feito muito mal à natureza, aos biomas e aos animais. Cavalos não podem ficar deitados muito tempo.

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    Aliás, a explicação para o equino deve passar pela forma como a sociedade brasileira tem também a cultura de ser apenas reativa.

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    Era preciso mesmo que o Brasil visse o horror que acontece no Rio Grande do Sul para poder finalmente compreender que estamos passando por uma crise climática gravíssima e sem precedentes? E que todos os biomas, super interligados, incluindo o da Amazônia, têm sido desmatados de forma covarde por décadas?

    Não, não era.

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    Cientistas como o próprio Carlos Nobre tem avisado sobre o sofrimento que estamos impondo ao planeta. Aliás, colegas dele ao redor do mundo têm falado que o aquecimento global – e, especialmente, o que aconteceu no ano passado, com o aumento de um 1,5 grau na temperatura do planeta – trará consequências ao planeta.

    Existem mais catástrofes acontecendo espalhadas pelo mundo, se tirarmos os olhos do Brasil e formos mirar, com os mesmos, outros países.

    Ambientalistas, lideranças políticas como Marina Silva, afirmam há décadas que eventos como o do Rio Grande do Sul iriam acontecer. Em seu Instagram, a ministra do Meio Ambiente publicou uma entrevista de anos atrás, na qual falava exatamente sobre o risco do que está acontecendo hoje.

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    Marina tentou várias vezes avisar a sociedade brasileira de que era preciso olhar de uma outra forma para tudo que tem sido feito de cruel com as nossas florestas.

    Hoje, o Brasil se mostrou solidário e unido ao redor de Caramelo, que estava até aparentemente bem cuidado antes de ser colocado nessa situação tão terrível. Por nós, lembrem-se. Esses mesmo que agora mostram a capacidade de solidarizar com a dor do animal.

    Tenho um tio chamado Cláudio Leitão, irmão de minha mãe, que sempre disse o seguinte: a forma como o homem trata os animais – indefesos diante de nós – mostra muito, aliás fala sobre o divino.

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    Pois bem, hoje nós mostramos a face mais linda do ser humano e, por que não dizer, desse divino, que cada um acredita de uma forma. Mas e no amanhã? Esqueceremos tudo que passou e vamos continuar a negligenciar, não ouvir os gritos de aviso e socorro?

    Olharemos de fato para a dor daquilo que nos tem sido imposto agora? Ou vamos, mais uma vez, esperar uma tragédia com a morte de centenas de brasileiros, e uma égua desesperada em cima de um telhado de amianto, para mudarmos nossa forma de lidar com a natureza?

    A pergunta fica no ar, enquanto Caramelo tenta, ao seu modo, apontar um novo e muito melhor caminho.

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