Aliviados com a aprovação da PEC da Esplanada dos Ministérios, integrantes do governo Lula avaliaram à coluna que têm uma relação muito mais equilibrada com o Senado do que com a Câmara dos Deputados.
Ao contrário de Rodrigo Pacheco, Arthur Lira é visto como um fator desestabilizador, confirmando que o presidente do Senado é descrito de forma bem diferente do presidente da Câmara.
Lira manteve, nesta semana, as críticas à articulação política do governo, afirmou que Lula não tem base e propagandeou uma falácia de que não há pedidos sendo feitos ao governo em troca de votos no plenário.
Sabemos que não é bem assim. Brasília nunca funcionou assim.
Para esses integrantes do governo, contudo, a situação está piorando. O presidente da Câmara “teria sequestrado” a base através da forma como preside a Casa.
Desde a época do orçamento secreto, sabe-se no legislativo – e no Executivo e Judiciário também – o tamanho do poder de Lira. E que a maioria do parlamento está muito dependente dele, inclusive os partidos mais ideológicos ou os mais próximos do governo.
Lira organizou, controlou e liberou não só o orçamento secreto enquanto ele existia, como suas sobras após ele deixar de existir. Além disso, criou-se uma cultura na Câmara de não se levantar a voz com Lira porque a consequência pode ser até a de perder o lugar para sentar.
Mas, a pergunta permanece… como Lira mantém tanto poder sem essa forma de distribuição de verbas que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal? Por que ainda ele tem tantos votos?
Segundo esses governistas, por conta da possibilidade do retorno de algo semelhante ao orçamento secreto (que se daria através de várias canais) – como outros tipos de emendas, mesmo as diferentes daquelas conhecidas como “emendas do relator”.
O objetivo do presidente da Câmara é o de que se tenha mais recursos administrados pelo parlamento, pelo Congresso – ou seja, por ele mesmo, Arthur Lira.
Isso, repito, da perspectiva de quem está no governo.