Lula deveria parar de polarizar com Jair Bolsonaro mesmo se achar que ele é o melhor candidato a ser enfrentado em 2026. Mesmo se desejar a reeleição, um direito que tem.
Pode parecer ingenuidade política não querer um antagonista, mas sejamos sinceros: uma coisa era fazer isso na eleição passada, quando era mais que necessário. Afinal, o líder da extrema-direita estava no poder, precisava sair e só Lula poderia derrotá-lo.
Outra coisa é fazer isso agora. Certo?
O petista é um mestre nisso. Foi assim que o atual presidente, através do “nós e eles”, escolheu o PSDB para ocupar esse papel. Por anos.
Ocorre que os tucanos daquele tempo eram democratas. Tinham apreço pelo Estado Democrático de Direito. Jair Bolsonaro, não. E não é mais necessário explicar o porquê.
Polarizar com um adversário que quer destruir os fundamentos da República não é pensar no Brasil, é pensar somente no seu grupo político ou no seu projeto pessoal.
É usar a política não como um meio de melhorar a vida do povo brasileiro, não como arte ou ciência para governar, mas sim como um meio de perpetuação no poder.
Mas a que custo?
O de colocar um país – e tudo o que ele representa – em risco caso, por um infortúnio, Jair Bolsonaro vença a próxima eleição e volte ao poder.
Assim como Silvio Berlusconi, que morreu hoje, o ex-presidente brasileiro é o resultado da criminalização e desmoralização da política. Lula sabe bem disso. Não adianta reabilitá-la como solução dos problemas se, indiretamente, vai ajudar a destruí-la novamente.
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