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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O que falta para Bolsonaro ser condenado por tentativa de golpe

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 nov 2024, 17h22 - Publicado em 22 nov 2024, 14h58
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  • Primeiro ex-presidente a ser indiciado por tentativa de golpe ou abolição do Estado democrático de Direito em 100 anos, Jair Bolsonaro está hoje no seguinte contexto jurídico: seu chefe da Casa Civil e companheiro de chapa, seu ajudante de ordens, seu chefe do Gabinete de Segurança Institucional, seu ministro da Justiça, seu diretor da Abin, seu ministro da Defesa, seu secretário-geral da presidência, além de comandantes das Forças Armadas em seu governo e do presidente do seu partido — todos envolvidos numa grave conspiração contra a democracia brasileira.

    Mas ele mesmo não está. Diz que jamais compactuaria com tudo isso.

    Alguém de fato acredita?

    O líder da extrema direita sempre verbalizou ideias autoritárias em sua longa carreira política. Como presidente da República, atacou os outros Poderes das piores formas possíveis. Mas antes disso, o golpismo e a violência sempre o acompanharam a ponto de ele ser descoberto em reportagem histórica de VEJA, na década de 1980, com um plano que previa a explosão de bombas em quartéis e outros locais estratégicos no Rio de Janeiro.

    Jair Bolsonaro ainda apoiou a tentativa frustrada de atentado a bomba no Riocentro, de novo com militares extremistas e golpistas envolvidos, e defendeu publicamente o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso.

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    Qual é a surpresa que pode haver de ele agora ser acusado de tentar abolir o Estado democrático de Direito com atos tresloucados de associados que queriam até o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes?

    A Polícia Federal o indiciou neste caso — e em outros como o da fraude dos cartões de vacina e dos desvios de joias —, mas o Ministério Público, sob o comando de Paulo Gonet, precisa avançar e conseguir provas de que ele de fato sabia do plano homicida. A tese do domínio do fato é importante, mas é preciso mais.

    Se a PF acredita que Bolsonaro comandava tudo e se Mauro Cid afirmou que o ex-presidente sabia do plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, a Procuradoria-Geral precisava avançar com provas cabais do conhecimento dele.

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    É para o bem do Brasil que isso deve acontecer.

    A mais grave investida contra as instituições democráticas de que se tem notícia desde o fim da ditadura está demonstrada e, de fato, não pode ficar impune.

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