Ao dizer que estava sob efeito de remédios e que compartilhou “sem querer” o vídeo com informações falsas sobre o resultado das eleições, Jair Bolsonaro assume, pela primeira vez, estar com medo de ser preso.
Antes boquirroto do golpismo – atacando a democracia por quatro anos como presidente -, ele ressurge perante o país sem a cadeira, mas também sem coragem.
Resumidamente: de forma covarde.
O ex-presidente quer se eximir da responsabilidade alegando que não estava no pleno gozo de suas faculdades mentais. É uma estratégia de defesa bem complicada porque decisões tomadas pelo então presidente podem, agora, ser questionadas.
A mim, na verdade, soa como confissão clara de culpa. Até porque o líder da extrema direita sempre atacou o sistema eleitoral brasileiro. Não foi apenas neste dia. Ou foi?
Haja remédio pra justificar tanto discurso golpista contra as urnas e a lisura do processo eleitoral!
Parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram destruídas, o depoimento mostra o que tem sido dito neste espaço: a situação jurídica de Bolsonaro tem complicado a cada dia.
A conta que será feita pelos juízes é simples: o ex-presidente afirmou que a eleição foi roubada. Seus seguidores, então, depredaram os símbolos da República.
Qualquer outro desfecho na qual essa equação não exista é conversa para boi dormir. Ou no qual apenas quem é gado acreditará.