Jair Bolsonaro é obcecado por armas e tiros. Só que o presidente erra o alvo, volta e meia.
Bolsonaro fez toda uma propaganda negativa das urnas eletrônicas. Foram mais de duas dezenas de declarações públicas contra ela, algumas atacando ministros do Supremo.
Quase um tiroteio, mas todos pela culatra.
Enquanto Bolsonaro deitava e rolava o tambor (da arma) contra as urnas eletrônicas, os brasileiros aumentavam sua confiança em relação a elas – inclusive entre seus próprios eleitores, basta ver os números do último DataFolha.
Vocês viram?
82% dos entrevistados afirmaram que confiam no sistema eletrônico de votação, ante 17% que afirmam que não confiam.
Olha o 17 de Bolsonaro aí.
O presidente deve estar furioso hoje. Como disse aqui, ele critica as pesquisas eleitorais como método de propaganda com a extrema-direita, mas as lê com lupa e, pasmem, comemorou os últimos números do DataFolha sobre ele mesmo.
Em dezembro, lembrou Felipe Bächtold, pouco depois das eleições municipais, a taxa de confiança era de 69%, ante 29% que desconfiavam do sistema.
Ou seja, a urna eletrônica só cresce de tamanho. Só cresce. Gostaria de escrever que Bolsonaro só diminui também. Uma pena que não posso.
Os tiros que ele deu contra a Amazônia, lamentavelmente, acertaram e o país e o mundo veem a maior floresta do mundo ser consumida.
O presidente podia errar mais a mira, como fez com a urna eletrônica. Uma tristeza o que tem acontecido no país.
* Esta coluna coloca tiros nos títulos como um retrato crítico do nosso tempo. Mas é contra o armamentismo. #prontofalei