O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu mais um “tiro certeiro” ao mandar prender nesta terça-feira, 6, o empresário Milton Baldin. O bolsonarista sugeriu recentemente para os CACs – pessoas que possuem registro para colecionar, atirar desportivamente e caçar – impedirem a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Taxado como um dos líderes dos eventos antidemocráticos e golpistas, o extremista de direita Milton Baldin é do interior do Mato Grosso, mais especificamente da cidade de Jurema, mas acabou preso pela Polícia Federal no acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília.
Bolsonaristas têm se amontoado em frente aos quartéis – especialmente no “forte apache” na capital do país – com o intuito de rasgar a Constituição.
Ou seja, nesse quadro montado, a detenção do apoiador de Bolsonaro foi cheia de simbolismo: aconteceu na frente de vários seguidores do extremismo político que tomou conta do Brasil. E esse era o objetivo da prisão determinada por Alexandre de Moraes, que está responsável pelas investigações sobre o financiamento dessas manifestações antidemocráticas.
“[Queria] pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais… Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença (…) Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer no dia 19? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? ‘Perdeu, mané’”, chegou a bradar Milton Baldin em frente ao QG do Exército.
Dia 19 de dezembro é a data limite para a diplomação de Lula e também do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, cerimônia que atesta a vitória no processo eleitoral e os torna aptos para assumir os cargos mais importantes da Nação.
Milton Baldin também pediu que “o agronegócio e todos empresários que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros vir para Brasília”. Segundo ele, o movimento “está precisando de peso e de força”.
Para golpistas como Milton, a intervenção militar está prevista no artigo 142 da Constituição Federal, o que é uma leitura mentirosa e antidemocrática do texto. Eles acreditam que – ao contrário de Bolsonaro, que estaria impedido de pedir a intervenção – o movimento em frente dos quartéis pode, ao fim, impulsionar as Forças Armadas a impedir Lula de assumir a presidência da República.
A prisão, assim, se torna ainda mais importante. O desejo da coluna é que ele não seja apenas um “bode expiatório”, mas mais um de muitos bolsonaristas que desrespeitam a democracia a enfrentar a consequência dos seus atos.