A eleição do esquerdista Yamandú Orsi no Uruguai animou o governo Lula-3 em relação ao avanço do acordo econômico entre o Mercosul e a União Europeia, que vive um novo e importante capítulo nesta semana. A nova injeção de confiança atingiu as pastas econômicas da quinta gestão petista e o Itamaraty.
Após anos de negociações, os dois blocos voltaram à mesa em busca de um consenso que possa reduzir a cobrança de taxas de importação de bens e serviços mutuamente.
O Mercado Comum do Sul, maior produtor de alimentos no mundo, é formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela fez parte no passado, mas está suspensa desde 2016 por conta do regime chavista.
Yamandú Orsi, pupilo de Pepe Mujica, pode ser um fator fundamental de apoio contra os movimentos do ultraliberal Javier Milei, presidente da Argentina, que é contra o acordo comercial e sinalizou isso, mais uma vez, a Emmanuel Macron, presidente da França, no encontro do G20.
País mais protecionista da Europa, a França abomina a possibilidade por temer que o acordo prejudique os produtos locais não só na própria França mas no mercado europeu como um todo.
Milei tenta convencer o conservador Santiago Peña, presidente do Paraguai, a se opor ao pacto econômico, atrapalhando as negociações. Já Yamandú se juntará às fileiras do presidente Lula e de Luis Arce, esquerdista presidente da Bolívia, para buscar a costura final de uma negociação que começou no século passado, em 1999.