A eleição de 2024 deve registrar, pela primeira vez, um gasto de mais da metade das despesas eleitorais com ferramentas de inteligência artificial e comunicação digital, estima o especialista em marketing eleitoral Rodrigo Bertozzi.
O principal motivo, segundo ele, é a popularização das IAs personalizáveis, que ganhou público a partir do lançamento do ChatGPT.
“Os candidatos podem, agora, usar essas inteligências artificiais para mapear com mais precisão os anseios do eleitorado para construir propostas alinhadas com as reais necessidades da sociedade”, diz Bertozzi.
Ele explica ainda que o protagonismo das redes sociais nas campanhas explica gasto crescente com essas ferramentas. “Em 2022, 42% do dinheiro das campanhas foi direcionado para o ambiente digital”, relata. Agora, com as IAs, o percentual deve superar os 50%.
Além disso, os partidos já deram largada a uma corrida pela compra das IAs. Uma delas, a Anna.IA, desenvolvida por Bertozzi e Gabriel Gava, especialista em inteligências artificiais, já recebeu propostas de diferentes legendas.
A ferramenta é uma inteligência artificial que gera outras IAs capazes de atender às necessidades específicas de cada político e tem a vantagem de funcionar dentro do Whatsapp, um aplicativo popular e fácil de usar, dispensando desenvolvedores. “Essa facilidade de uso será o propulsor da tecnologia a partir da próxima eleição”, diz Bertozzi.