O candidato à presidência Sergio Moro tentou diminuir o dano à sua imagem, anunciando publicamente seu rompimento com o deputado Arthur do Val do partido dele, o Podemos, autor de uma sucessão de declarações ultrajantes sobre as mulheres ucranianas.
Moro, contudo, correu o risco ao se associar a um parlamentar que sempre demonstrou ter valores desprezíveis em inúmeras ocasiões.
Arthur do Val não teve um surto. Ele é assim e tem esses valores horrendos. Agora, o ex-juiz quer mostrar-se indignado, mas deveria saber que ia dar nisso.
O ex-juiz corre riscos de novos sinistros como esse porque está recolhendo bolsonaristas arrependidos em todos os cantos.
O bolsonarismo revelou políticos e celebridades capazes de apoiar um presidente negacionista que defende tortura, ditadura, “comer gente”com dinheiro público, desprezar negros, indígenas, ofender mulheres.
Esse é o pacote que Arthur do Val sempre abraçou, assim como muitos outros dessa vertente política.
Quem achar que pode fazer sua estrutura política de apoio recolhendo os “arrependidos” do bolsonarismo vai tropeçar em outros casos como o do deputado paulista que também se apresenta como “Mamãe Falei”.
Só não deveria demonstrar espanto quando o correligionário diz algo ofensivo. Qualquer mãe aconselharia a não andar com más companhias. O previsível não deveria surpreender ninguém.
Moro pode alegar no máximo que foi ingênuo, o que sabemos que ele não é, mas, de qualquer forma, ficou muito constrangedor para quem quer governar o país.