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O general que enfrentou Bolsonaro e o PT

Marco Aurélio Vieira tem visão diferente da direita e da esquerda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 mar 2022, 21h54 - Publicado em 18 mar 2022, 15h57

Entrevista do jornal Valor com o general Marco Aurélio Vieira publicada nesta sexta-feira, 18, chama atenção pela postura do militar. Nem lá, nem cá, mas distante o suficiente do bolsonarismo para chamar a atenção.

O general mostrou uma posição que não combina nem com a direita, nem com a esquerda. Ele faz uma concessão ao presidente Jair Bolsonaro dizendo que ele tem o “direito” de duvidar da segurança das urnas eletrônicas, mas tratou disso como uma “ questão pessoal” do presidente. 

Ao mesmo tempo, reprovou a tese mais cara ao governo, que Bolsonaro já defendeu várias vezes, de que as Forças Armadas são um poder moderador. O que está por trás dessa tese bolsonarista, e golpista, é que as Forças Armadas teriam o direito de interferir na vida política do país. Não é o que pensa o general.

“Quaisquer abusos ou atos entendidos como inconstitucionais por parte de um poder deveriam ser coibidos pelos outros dois poderes, que têm a responsabilidade constitucional para tanto. Esta não é uma atribuição das Forças Armadas”, afirmou o general na entrevista. 

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O militar acrescentou: “Fazer das Forças Armadas um poder moderador é querer levar a política para dentro dos quarteis”.

Em agosto do ano passado, Bolsonaro falou o seguinte durante a cerimônia de promoção de oficiais-generais. “O poder moderador, nas mãos das Forças Armadas, a certeza da garantia da nossa liberdade, da nossa democracia, e o apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação”, ressaltou.

Ao mesmo tempo em que se aproxima dos pensamentos da oposição ao governo, o general se afasta novamente desse grupo ao dizer que “guerrilheiros” ocuparam cargos no governo na “Nova República” e fez críticas diretas a José Dirceu e ao ex-governador Fernando Pimentel que, disse ele, “assaltou banco”. Falou isso… ao negar que o governo Bolsonaro tenha militarizado a administração.

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“A Esplanada não está militarizada. Não foi a instituição Forças Armadas que entrou no governo. Foram pessoas, a maior parte dos quais da reserva. […] Essas pessoas de origem militar ocupam funções no governo que, na época do PT, foram exercidas por guerrilheiros”, afirma o general. 

Essa resposta tem uma sutileza. Ela é a defesa do governo, mas ao mesmo tempo lembra que os militares que estão no governo não são mais das Forças Armadas. Bolsonaro gosta de fazer crer que os generais que estão com ele representam sim as Forças Armadas como um todo.

Marco Aurélio Vieira foi hábil, conseguiu permanecer quase neutro em uma entrevista em que passou recados importantes. Um deles é o de que não se deve pedir a intervenção das Forças Armadas na política. “Temos industriais, sindicatos, religiosos, gente que pensa antidemocraticamente”.   

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O militar foi inteligente ao não adotar nenhuma posição. Dessa forma, mantém portas abertas tanto de um lado quanto do outro. Em tempos de radicalismo e polarização, ter caminhos abertos em todos os espectros pode ser precioso.

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