O ex-presidente Jair Bolsonaro causou um duplo mal-estar na campanha de Ricardo Nunes em São Paulo ao voltar a questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro no pleito de 2022, quando perdeu para Lula.
Finalmente em um ato do atual prefeito paulistano que busca a reeleição, Bolsonaro afirmou que, na última campanha presidencial, as seções eleitorais da Bahia, que tiveram papel fundamental em sua derrota, ficaram abertas até meia noite.
“Grande parte das seções eleitorais da Bahia terminaram a votação meia-noite”, afirmou, mentindo descaradamente sobre o processo eleitoral que tirou dele, pelo sufrágio popular, um segundo mandato presidencial.
O ex-presidente ainda reclamou que, ao entrar com uma petição no TSE sobre a suposta fraude, o PL, seu partido político, foi multado pela corte.
Ricardo Nunes, ouvindo o falatório do ex-presidente que teve participação dúbia durante toda a sua campanha, disse, ao ser questionado, que “não acompanhou os casos com relação a essa votação”.
O visível constrangimento exposto gerou grande ruído na campanha de Ricardo Nunes, que foi obrigado a responder, na sabatina de VEJA, sobre o tema.
“Nunca fiz nenhum questionamento sobre a questão das urnas. Eu fui eleito, reeleito vereador, vice-prefeito e, se Deus quiser, serei reeleito prefeito no domingo. Evidentemente que qualquer sistema a gente tem que estar monitorando, olhando, como qualquer outro. Acredito [sim], nunca fiz nenhum questionamento. Aliás, o presidente Bolsonaro foi eleito em 2018 pela urna”, disse.
Agora, a preocupação é outra. Se a declaração de Nunes se propagar pelos extremistas de Bolsonaro que moram na capital paulista – os chamados bolsonaristas raiz – isso pode mudar o humor de muitos eleitores às vésperas das eleições.