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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O discurso que o Itamaraty vazou e Bolsonaro não fez

Circula entre empresários brasileiros a versão moderada do discurso que o presidente faria. Para que tentar melhorar a imagem? Chanceler fez “arminha” 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 set 2021, 10h54

Após o discurso pária do presidente Jair Bolsonaro nas Organizações das Nações Unidas, o Itamaraty resolveu tentar melhorar a sua imagem, como numa contenção de danos, vazando trechos do que seria a ideia original do discurso do chefe da nação brasileira na ONU.

Segundo a coluna apurou, o Ministério das Relações Exteriores fez circular esses trechos até entre empresários. Essa versão do discurso não lido, pode ser uma espécie de Porcina, porque ele também foi sem nunca ter sido.

Geralmente é assim. Em um evento como o da ONU, a Presidência recebe do Ministério das Relações Exteriores propostas iniciais e normalmente a assessoria direta do presidente altera certas palavras, acrescenta algum ponto. As vezes muda para pior. Neste caso específico, não só piorou muito como adicionou mentiras, como quando disse que no último 7 de setembro os brasileiros fizeram a maior manifestação da história do país.

Um ponto que o ministro Carlos França queria passar era o ambiental e climático, já que haverá a reunião do Clima em Glasgow em dezembro. Mas o trecho foi muito distorcido.

Esta coluna escreveu sobre isso em reportagem com o titulo “Na batalha da ONU, Bolsonaro massacrou o Itamaraty”, mostrando até trechos que seriam do Ministério das Relações Exteriores e os que seriam de Bolsonaro.

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A ideia agora de vazar “o discurso que não foi” faz parte de uma tentativa de mostrar que o Itamaraty seria uma força moderadora no governo Bolsonaro.

O único problema é que esse movimento da pasta é em vão, já que o atual ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conseguiu destruí-lo em um só gesto, ao fazer o sinal de arminha a manifestantes brasileiros contrários ao governo em Nova York.

Carlos França, chanceler, fazendo sinal de arma
Carlos França, chanceler, fazendo sinal de arma (Redes sociais/Reprodução)

Qualquer outro ministro poderia fazer o gesto ridículo, tão repetido pelo presidente Jair Bolsonaro há anos, já que a democracia brasileira escolheu eleger um governo armamentista. Mas, Carlos França não.

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Desde cedo aprende-se no Itamaraty que os diplomatas defendem os interesses do Estado e não de um específico governo. Isso tem que ser a máxima de qualquer diplomata. É o primeiro ensinamento da diplomacia.

Quando ele faz a arma, França aderiu ao bolsonarismo. Defendeu o bolsonarismo. E não os interesses do estado brasileiro.

Na verdade, a tentativa de melhorar a imagem do Ministério das Relações Exteriores, vazando o discurso porcina, não resolve o problema, senhor chanceler.

Recolha as armas, ou as arminhas, porque o senhor fez um gesto que demonstra o que escolheu: representar um grupo político e não país como um todo.

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