Passados alguns dias após o fim das eleições, o presidente Jair Bolsonaro começa a agir como quem admitiu a derrota, mas sem superar a dificuldade que tem no relacionamento com quem não concorda com ele.
Nesta quinta, 3, um encontro entre Bolsonaro e Geraldo Alckmin que aconteceu a pedido do próprio presidente apontou um avanço no processo que vai acontecer nos próximos dias.
Confirmando o que já se esperava dele ao ser escolhido para coordenar a transição entre os governos, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin está mostrando toda a habilidade que tem para fazer a articulação política num momento tão decisivo para o país.
Em conversa com jornalistas após a reunião, Alckmin chamou o encontro de “positivo”, disse que Bolsonaro se comprometeu com a transição e que mostrou disposição em colaborar.
Questionado se recebeu os parabéns de Bolsonaro pela vitória na eleição, Alckmin desconversou. Mais uma vez, um dos políticos mais habilidosos com as palavras – desde a redemocratização do país – saiu pela tangente para não ser deselegante com a atual gestão.
Apesar da discrição de Alckmin, a coluna apurou que Bolsonaro não parabenizou o vice-presidente eleito. O presidente até mostrou uma postura mais descontraída, fez piadas, mas não deu os parabéns.
O mais importante aconteceu: Bolsonaro admitiu mesmo colaborar com a transição. Está coluna ainda tem dúvidas sobre efetividade disso. Até porque, o presidente ainda não teve a postura democrática de parabenizar seu adversário. Do outro lado, Alckmin mostra sua responsabilidade com pais e quase conseguiu desarmar o atual presidente.
O encontro pode ser visto como bom sinal. O Brasil e os brasileiros esperam por dias mais tranquilos depois da turbulência que vivemos nas últimas semanas.