“Traidor da Constituição é traidor da pátria”.
Anderson Torres definiu a “minuta do golpe” como “lixo” ao dar um depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral nesta quinta-feira, 16. Lixo é quem tem na sua própria casa um documento que fere de forma tão vil a Constituição brasileira.
É preciso lembrar o mais grave: os importantes cargos que ele ocupou. E quando estava sentado nessas cadeiras.
Torres era o ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro. A pasta é responsável “pela aplicação das Leis, pela preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
Ora, a Polícia Federal encontrou em sua casa – poucos dias depois de ele deixar o cargo – um documento que determinava o uso da Forças Armadas para tomar uma corte superior, anular uma eleição limpa e perpetuar no poder um extremista de direita.
Como se não bastasse um absurdo deste tamanho… existem outros.
Anderson Torres era o secretário de segurança do governo do Distrito Federal quando o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal foram destruídos por seguidores da seita que ele faz parte.
Portanto, o ex-ministro da Justiça está envolvido até a tampa e um dos dias mais vergonhosos da história do Brasil: os ataques terroristas do dia 8 de janeiro e na tentativa de golpe de Estado, que hoje já está sendo minimizada.
Se Anderson acha que pode rasgar a constituição, sem que haja consequências, está redondamente enganado. Ele disse: “Essa pseudo-minuta, para mim, era um lixo”. Daí, afirmou que desconhece a autoria da minuta golpista que estava em seu armário.
A continuar desta forma, o político bolsonarista passará bastante tempo na cadeia. É lá que pessoas que agem como Anderson Torres merecem estar.