O presidente Lula vai vetar tudo o que diz respeito exclusivamente ao marco temporal no PL de mesmo nome aprovado no Senado, e que foi para a sanção, segundo apurou a coluna.
É que existem alguns “jabutis” que não dizem respeito à demarcação de terras, e que foram incluídos no projeto de lei. Eles tratam de outros interesses relacionados à exploração das áreas indígenas.
Aliás, existem hoje duas linhas de posicionamentos dentro do governo – e que já foram expostas ao petista – em relação ao PL do marco temporal: o veto total ou o parcial.
O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, por exemplo, defendem o veto total. Existem outras alas que querem algo parcial para tentar dialogar com lideranças do agronegócio.
Outro fator levado em conta é o atual momento de estresse institucional entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal.
Como informou a coluna, a aprovação do projeto na Câmara Alta serviu também para que o governo Lula fosse empurrado a se posicionar perante à sociedade e ao setor do agronegócio.
Por isso, cada artigo do PL estará sendo olhado com lupa até o próximo dia 20, quando termina o prazo. E, por isso também, as visões discordantes dentro do próprio governo.