Nos próximos dias, o governo Lula vai enfrentar a hora da verdade na área econômica. O preço do petróleo está subindo no mercado externo, o que está aumentando a diferença entre os preços dos combustíveis dentro e fora do país.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse tempos atrás que não acompanharia os preços internacionais.
Beleza, entendemos isso. Mas qual é o critério? Não se sabe direito. E as empresas que atuam na área de petróleo, extraindo ou importando o produto, estão dizendo que o atraso – ou defasagem, como dizem – está em torno de 20% e aumentando. Isso porque a cotação internacional subiu desde meados de junho, justamente esses 20%.
Daí porque o fantasma de um velho erro começa a rondar o governo Lula. No período anterior do PT à frente do Executivo – nas velhas administrações – a defasagem foi tão grande que levou a Petrobras ao prejuízo. Será que vão repetir o mesmo erro? Essa é a pergunta que não quer calar, meus caros leitores, minhas caras leitoras.
Prates tem dito que não vai repassar o sobe e desce de curto prazo, esperando o preço do barril se estabilizar. Parece legal a resposta. Só que não. Era o mesmo argumento usado por Sergio Gabrielli quando o atraso ficou gigante em outras administrações petistas, no início da década passada.
O preço da gasolina e do diesel é um problema que sempre assombra qualquer governo, mas agora consegue ser pior.
O governo Bolsonaro, por exemplo, fez populismo com os derivados, derrubando os preços artificialmente após a retirada dos impostos, o que lesou os cofres federais em pelo menos R$ 50 bilhões. Depois, foi para posto de gasolina na campanha eleitoral dizer que ele tinha derrubado o preço. Um truque falso e muito caro.
Não dava para o governo Lula abrir mão dessa dinheirama, e os impostos sobre a gasolina voltaram. Mas agora, se a gasolina subir, a classe média vai chiar. Se o diesel subir, os caminhoneiros vão gritar. E se o preço lá fora continuar aumentando, o governo Lula tem dois caminhos pela frente. Ou reajusta, ou repete o velho erro.