Gonzalo Sanchez, procurado pela Interpol, é preso pela PF no Rio
Acusado de crimes contra humanidade na ditadura argentina, o ex-oficial da Marinha daquele país estava foragido e teve extradição autorizada pelo STF
Acusado de crimes contra humanidade cometidos durante a ditadura na Argentina, o ex-oficial da Marinha daquele país Gonzalo Sanchez, de 69 anos, foi preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (11), em Paraty, no Rio de Janeiro.
O nome do ex-agente da ditadura não foi divulgado pela PF, mas a coluna apurou com investigadores que se trata de Gonzalo Sanchez, também conhecido como “El Chispa”.
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Clique e AssineGonzalo Sanchez foi declarado foragido na Argentina em 2005. Ele é acusado de torturas e outros crimes contra a humanidade cometidos na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), um dos mais sanguinários centros clandestinos de detenção que funcionaram na Argentina durante a ditadura que vigorou no país entre 1976 e 1983.
Na Argentina, Gonzalo Sanchez e outros oficiais militares foram acusados de assassinatos de estudantes, sindicalistas e políticos de oposição da ditadura. Os corpos desses opositores foram jogados ao mar nos chamados “voos da morte”.
No comunicado oficial da PF, no qual não foi informado o nome do militar da reserva argentina, a corporação explica que El Chispa foi preso em 2013 para fins de extradição, mas decisão judicial de 2016 concedeu a ele prisão domiciliar no Brasil.
Em 2019, contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou sua extradição para a Argentina. Desde então, contudo, Gonzalo Sanchez encontrava-se foragido.
A Polícia Federal também lembra que um novo mandado de prisão para fins de extradição foi expedido em janeiro de 2020 pelo ministro Luiz Fux, do STF. Nesta segunda (11), policiais federais lotados no escritório regional da Interpol no Rio, junto com o efetivo da delegacia de PF em Angra dos Reis, localizaram e prenderam o oficial militar argentino.