O Exército concluiu o Inquérito Policial Militar sobre a carta de militares da ativa e da reserva que incitava os comandantes militares a darem um golpe de Estado e impedirem a posse do presidente Lula.
Normalmente, quando chamam para a Justiça Militar fatos assim, as punições ficam nas advertências. Desta vez, três foram indiciados a penas que vão de dois a quatro anos de detenção.
O coronel da ativa Anderson Lima de Moura e dois da reserva, Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso, foram indiciados por indisciplina militar, que prevê de dois a quatro anos de prisão, e por crítica indevida, com pena de dois anos de detenção. Há um quarto coronel, também da ativa, sendo investigado ainda. Ele se chama Alexandre Castilho Bittencourt da Silva e conseguiu uma liminar que suspendeu parte da sindicância. Mas, como os outros, cometeu o mesmo crime.
Ainda faltam outros passos para que se possa dizer que a impunidade desses militares golpistas ficou para trás. A 2ª Procuradoria da Justiça Militar vai decidir se apresenta a denúncia ou pede novas diligências. Ao todo, o Exército investiga 46 oficiais que assinaram uma carta pedindo reação armada contra o resultado das eleições.
Tudo isso é grave. Gravíssimo. O país esteve, pela agitação golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro, muito perto de uma ruptura institucional. Faz bem o Exército em agir. E que a Justiça Militar não proteja os companheiros de farda que cometeram indisciplina, mas também atentaram contra a Constituição e a democracia.