A ala governista abriu os trabalhos da CPI da Covid nesta quinta-feira, 29, insistindo na suspeição do relator Renan Calheiros, pedindo para adiar a convocação de ex-ministros e do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e mantendo a ideia que tem que ser presencial.
O presidente da Comissão, Omar Aziz, rejeitou reabrir a discussão sobre ser presencial ou não, e Renan Calheiros fez uma fala bem irritada com os governistas. Esse nervosismo não parou por aí e foi notado em uma discussão pequena entre ele, Aziz, e o senador Eduardo Braga.
Os três fazem parte do mesmo lado, mas divergiram sobre um item de redação de pedido de informação. Renan escreveu “às autoridades de Manaus”, e os dois senadores, do Amazonas, destacaram que, colocado assim, pareceria que se referia apenas à prefeitura, e eles querem que sejam do estado. Enfim, um detalhe redacional, mas o importante é que nesse debate mostrou o nervosismo de Renan. E isso é o que o governo quer, tirar o Renan do sério.
Além do episódio, Aziz ainda protestou contra a interferência “de outros poderes” no Congresso para reagir à entrada dos governistas na Justiça contra Renan e as provas de que o Palácio do Planalto está preparando requerimentos.
O governo continua com uma estratégia que não tem ganhos concretos. Ninguém acredita que esse caminho de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) vai levar a algum resultado. A teimosia governista não está tendo sucesso.
O único ganho solitário foi que o relator queria já convocar urgentemente o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten. A tendência é ele ser chamado para depor sim, mas que isso seja votado só na semana que vem.
O fato é que o governo tem conseguido protelar alguns trabalhos, mas nada além disso. Continua perdendo todas na CPI justamente pela falta de uma estratégia eficiente.