Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Como o voto evangélico pode definir o embate Lula x Bolsonaro

Teólogo Rodolfo Capler analisa a importância do segmento religioso no pleito que definirá o próximo presidente da República

Por Rodolfo Capler
Atualizado em 30 Maio 2022, 17h34 - Publicado em 26 Maio 2022, 08h06

Na última eleição presidencial, em 2018, 68% dos evangélicos votaram em Jair Bolsonaro. Segundo muitos analistas – incluindo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves (ENCE/IBGE) e o antropólogo Ronaldo Almeida (Unicamp) – o “voto evangélico” foi decisivo para alçar Bolsonaro à Presidência da República. Bolsonaro que se identifica como católico, nunca deixou de se aproximar do eleitorado evangélico. Seja participando da Marcha Para Jesus, defendendo isenção de impostos às igrejas, combatendo o “marxismo cultural” ou indicando pastores ao STF e aos ministérios de seu governo, o “Messias” conseguiu manter boa parte do segmento religioso ao seu lado.

Segundo a Pesquisa Poder Data, realizada entre os dias 13 a 15 de março de 2022, Bolsonaro (PL) possuía 46% das intenções de votos dos evangélicos em um 1º turno. Lula, seguia logo atrás marcando 22% no segmento religioso. Como evidenciou tal pesquisa, o atual presidente ainda se mantinha como a primeira opção dos evangélicos, porém, experimentara um pequeno declínio de apoio em relação ao pleito de 2018. Já na pesquisa EXAME/IDEIA, conduzida dias depois, entre 18 a 23 de março, Bolsonaro tinha 54% da preferência dos votos dos evangélicos, contra 21% de Lula. Conforme a mesma pesquisa, num hipotético segundo turno entre ambos, 60% dos eleitores evangélicos optariam por Bolsonaro, enquanto 29% escolheriam o petista, o que configuraria uma diferença de 31%.

Por entenderem a importância do voto evangélico os presidenciáveis empreenderam uma corrida frenética em busca do apoio dos religiosos. Bolsonaro desde o último sábado (21), iniciou participações em grandes eventos gospel. O chefe do Executivo esteve na Marcha Para Jesus em Curitiba (21) e se prepara para marcar presença em outros dois encontros semelhantes, em Manaus (28) e em Cuiabá, no próximo dia 18 de junho.  Já o ex-presidente Lula está na iminência de emplacar um Podcast voltado ao público evangélico e articula ao lado do pastor Paulo Marcelo Schallenberger, da Assembleia de Deus, um plano para dialogar com os mais variados nichos evangélicos espalhados pelo país.

O voto evangélico, ao que tudo indica, pode definir a próxima eleição. Analises apontando a importância decisiva do eleitorado evangélico nas urnas estão sendo feitas por importantes estudiosos da conjuntura político-religiosa de nosso país. Conforme a antropóloga Jacqueline Moraes Teixeira (UnB), em participação à matéria “O dilema das evangélicas”, exibida pela emissora de TV BBC News Brasil, no último dia 11 de maio, as mulheres evangélicas – em sua grande maioria negras, pardas, periféricas e pentecostais – “são o voto que define essa eleição”. Para o sociólogo Juliano Spyer, autor de “Povo de Deus” – magistral pesquisa de campo sobre os evangélicos -, o “voto evangélico”, que foi determinante em 2018, também será decisório na eleição deste ano.

Continua após a publicidade

Diante desse quadro veremos os evangélicos cada vez mais proeminentes aos olhos das lideranças políticas de nosso país. Todos querem conquistar o coração do eleitor evangélico e para isso não pouparão esforços e estratégias. Bolsonaro está na frente nesta disputa, porém, como alertara a pesquisadora Magali Cunha, em recente artigo à Carta Capital, os evangélicos “são pessoas autônomas que decidem pelo voto, fundamentalmente de acordo com suas preferências, como qualquer cidadão ou cidadã, religioso ou não”. Ou seja, o cenário pode mudar. Os evangélicos podem optar por Lula, Ciro Gomes ou Simone Tabet, dependendo das circunstâncias. Cabe a eles encontrar o caminho do coração dos fiéis.

* Rodolfo Capler é teólogo, escritor e Pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.