Lula acertou no tom do seu discurso para o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Ao lado de Marina Silva, Sonia Guajajara e do cacique Raoni, o presidente da República reafirmou publicamente seu compromisso com a agenda ambiental sustentável e lançou um novo plano para enfrentar o desmatamento na Amazônia, que chamará a atenção de vários países.
Isso é um fato.
Outro fato é que a imagem de Lula ao lado de Marina e dois indígenas vale mais que mil palavras, mas isso não quer dizer que a crise na área ambiental acabou. O máximo que o presidente conseguiu foi ganhar tempo – o que na política vale muito – após as derrotas da semana passada que deixaram o ministério do Meio Ambiente como terra arrasada.
De concreto, Lula e Marina aumentaram a proteção de mais da metade das áreas – dentro de Unidades de Conservação – onde ocorrem desmatamento ilegal. Isso será possível através de embargos do governo que suspendem qualquer atividade nesses locais. Digamos que é mais uma forma de proteção e de tentar atingir a meta de zero desmatamento.
Outro ponto positivo foi o veto de Lula a um trecho de uma medida provisória bolsonarista que fragilizava o combate a outro bioma do Brasil – a Mata Atlântica.
Editada ainda no governo Jair Bolsonaro, o texto flexibilizava a derrubada de vegetação primária e secundária dessas florestas, acabava com a necessidade de estudos, pareceres ou de compensação em caso de qualquer desmatamento.
Não era pouco o estrago que podia ser feito com esse decreto em vigor.
Lula também uniu vários ministérios na busca da chamada transversalidade para a conservação, algo que Marina Silva tem defendido desde a eleição. Várias pastas numa mesma luta.
São os compromissos de Lula com a agenda sustentável – e contra a política do antigo governo – saindo finalmente do papel em meio a mais uma guerra política em Brasília.