A demora na marcação da sabatina de André Mendonça no Senado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) está deixando o presidente Jair Bolsonaro impaciente.
Segundo ele, quem estaria atrasando a sabatina seria o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). “Três meses lá no forno o nome do André Mendonça. Quem não está permitindo é o Alcolumbre, uma pessoa que eu ajudei na eleição dele”, disse Bolsonaro neste domingo, 10.
O presidente mostrou irritação com a tentativa de Alcolumbre de barrar a nomeação e afirmou que o senador pode tentar entrar na presidência se quiser indicar nomes ao STF.
“Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele. Ele pode votar contra. Agora o que ele está fazendo não se faz. A indicação é minha. Se ele quer indicar alguém para o Supremo, ele pode indicar dois. Ele se candidata a presidente no ano que vem. No primeiro semestre de 2023, tem duas vagas para o Supremo, ele pode indicar dois para o Supremo”, afirmou.
Com a enrolação, Bolsonaro e Mendonça se tornaram pedintes de Alcolumbre. Mas o Senado não parece ter pressa em aprovar o nome do ex-advogado geral da União. A indicação aconteceu no dia 13 de julho e até o momento não há previsão de data para a sabatina.
Além de Alcolumbre, o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também não estaria fazendo nenhum esforço pela sabatina. As atitudes impulsivas e as declarações polêmicas de Bolsonaro estariam deixando Pacheco chateado e sem vontade de ajudar o presidente.
Segundo integrantes do governo, inclusive, Bolsonaro já estaria atrás de outro nome “terrivelmente evangélico” para indicar caso André Mendonça não seja aprovado.
Bolsonaro sofrerá uma derrota importante se Mendonça não conseguir chegar à cadeira do STF. Será mais uma prova de que o jeito explosivo do presidente afasta aliados e dificulta seus planos para o governo.