Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Bolsonaro faz ato de campanha para intimidar (e com recursos públicos) 

A manifestação deste domingo, 23, é tentativa clara de intimidação. E a presença de Pazuello tinha um propósito

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2021, 10h35 - Publicado em 24 Maio 2021, 08h38

A “motociata” deste domingo, 23, do presidente Jair Bolsonaro é uma tentativa de intimidação de todos os adversários políticos. Uma multidão de motos em algazarra pela cidade faz mais barulho do que a força eleitoral que efetivamente tem, mas há inúmeras ilegalidades nesse ato.

O mais evidente foi a presença do general Eduardo Pazuello, oficial da ativa do Exército, na “motociata” totalmente política. É mais uma fronteira que as Forças Armadas atravessam desrespeitando o estatuto militar. Qualquer punição que não seja o general ser colocado compulsoriamente na reserva será pequena. 

Fato é que se trata de um precedente perigoso. E o presidente quer esse precedente quebrado. Ele fez de caso pensado. Primeiro, tirou o general Edson Pujol para ter um Exército colaborativo. Agora, quer testar o novo comandante. No próprio domingo, 23, Pazuello mandou um pedido de desculpas ao general Paulo Sérgio. 

Se a punição for branda, se Pazuello continuar sendo apenas “instado” a ir para a reserva, como tem sido desde o ano passado, se ficar claro que Pazuello é que decide seu destino, o estatuto estará desmoralizado. Para Bolsonaro, bastam as aparências. Ele quer que fique parecendo que tem o controle do Exército para o seu projeto político. Isso intimida adversários, as forças políticas em geral e as instituições.

LEIA TAMBÉM: A última transgressão de Pazuello na ativa

Continua após a publicidade

Outro ponto fundamental: o presidente está usando recursos públicos para fazer campanha eleitoral antecipada e isso é crime. Bolsonaro usa avião da presidência para os deslocamentos. Ele tem usado helicópteros da Força Aérea para sobrevoar manifestação, como as que ocorrem em Brasília frequentemente. Mobiliza a segurança, os assessores da presidência, tudo como se fosse um ato de governo. Mas é um evento de campanha.

A “motociata” teve também mais um elemento do projeto autoritário que move o presidente da República. A hostilidade contra a imprensa, o uso da força da multidão para ameaçar o jornalista Pedro Duran, da CNN Brasil. É uma forma de intimidar toda a imprensa.

Já o barulho das motos serviu para assustar a classe média que se distancia de Bolsonaro, além de outra parte que sempre foi anti-Bolsonaro. O ronco dos motores, os gritos são para dizer que está “tudo dominado”. Para abater o moral da tropa que ele considera inimiga. E é também para acordar seus militantes, que andam desanimados pelas muitas baixas, nas demissões dos ministros e assessores mais radicais como Ernesto Araújo, Abram Weintraub, Fabio Wajngarten.

O que Bolsonaro quis dizer neste domingo, 23, foi que jogará com violência contra quem quiser impedir seu projeto de mais um mandato. Por isso, as redes sociais trouxeram de volta a foto de Benito Mussolini numa manifestação de motocicleta. Qualquer semelhança não é coincidência.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.