O presidente Jair Bolsonaro não sabe, ou finge não saber, mas ele, o armamentista, deu dois tiros no pé que abalaram sua popularidade de forma avassaladora: o movimento negacionista anti-vacina foi o primeiro, o movimento golpista do 7 de setembro, o segundo.
Enquanto o presidente estava no auge da sua luta assassina contra a vacinação no Brasil em julho deste ano, o instituto DataFolha mostrava que a soma dos que já receberam uma dose do imunizante ou pretendiam se vacinar subia de 91% para 94%.
Dias antes, a aprovação do governo Bolsonaro chegava ao pior número desde o início da gestão, em 2019. Apenas 24% dos brasileiros diziam que o governo do presidente de extrema-direita era bom, de acordo com o mesmo instituto de pesquisa.
Segundo a pesquisa Genial/Quaest, a situação ainda piorou de lá para cá e Bolsonaro vive seu pior momento eleitoral. Os números da aprovação neste instituto caíram de 26% para 19% no período – pela primeira vez abaixo dos 20%.
Após uma longa e tenebrosa trajetória antivax, Bolsonaro resolveu ainda acertar o outro pé com uma radicalização golpista que culminou com a crise do 7 de setembro.
Ao dizer que não cumpriria mais decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente fez com que o Real fosse a moeda que mais desvaloriza no mundo. Após aquele grotesco discurso do Dia da Independência, o dólar disparou e a bolsa despencou.
A partir dali, a esperança dos investidores de que Bolsonaro adotaria um tom mais moderado, acabou.
Hoje o dólar está em pior situação por conta de poucas esperanças nas reformas e o estouro do teto de gastos. Em decorrência da alta do dólar, a inflação subiu e os juros também tiveram que subir.
O presidente adora armas, mas ele claramente aponta para o próprio pé na hora de atirar.