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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Bolsonaro desmontou a política de educação – entrevista com Tabata Amaral 

A Rodolfo Capler, a deputada federal reeleita fez críticas ao MEC, manifestou sua opinião sobre os evangélicos e falou sobre os principais desafios do país

Por Rodolfo Capler
Atualizado em 23 out 2022, 15h36 - Publicado em 23 out 2022, 09h37
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  • Quando desembarcou em Boston, em agosto de 2012, para iniciar as suas primeiras aulas do ano letivo na Universidade de Harvard, Tabata Amaral não imaginava que seis anos depois voltaria ao Brasil para ser uma das principais lideranças políticas jovens do país. Filha de uma bordadeira com um cobrador de ônibus, Tabata passou toda a sua infância e adolescência no bairro periférico Vila Missionária, na zona sul de São Paulo. Católica, a jovem deputada afirma a importância da igreja em sua vida e diz que no ambiente religioso foi de tudo um pouco, passando por “coroinha, acólita e membro do coral”. 

    Destaque recorrente nas olimpíadas estudantis, Tabata representou o Brasil em cinco competições internacionais de ciências. Beneficiada pelo programa Opportunity Grants, da EducationUSA, foi aceita em seis universidades americanas – Harvard, Princeton, Yale, Columbia, Cornell e Universidade da Pensilvânia – optando por Harvard, onde concluiu com honras máximas os cursos de Ciência Política e Astrofísica. De volta ao Brasil, em 2016, se envolveu com o ativismo pela educação fundando (ao lado de seus amigos Renan Ferreirinha, José Frederico, Lyra Netto e Felipe Oriá) o Movimento Acredito. Em 2018, Tabata se filiou ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) e concorreu as eleições daquele ano, sendo eleita deputada federal por São Paulo com o apoio de 264.450 pessoas. 

    Na disputa eleitoral deste ano, reelegeu-se com 73 mil votos a mais do que no pleito anterior, alcançando a 8ª posição entre os deputados federais mais votados do Brasil, em números absolutos.

    Em entrevista à coluna, a jovem parlamentar afirma que a esquerda perdeu a maioria no Congresso, “por não ter mais conexão com o povo”. Em relação ao ex-candidato à presidência da República Ciro Gomes – com quem já teve algumas rusgas – não poupou críticas. “Me entristece o fato de que um líder tão relevante como ele age sem clareza e não demonstra entender a gravidade do momento que estamos vivendo na democracia no Brasil”, lamentou. Sobre o atual estado da educação no Brasil, declarou: “O governo Bolsonaro se levantou contra todos os bons projetos e programas de educação que existiam no país”. 

    Tabata Amaral é a 15ª participante da nossa série de entrevistas. Além desses assuntos, a deputada federal por São Paulo comentou o episódio envolvendo Bolsonaro, no último dia 12, em Aparecida e confidenciou os seus sonhos para os próximos anos.

    Leia a entrevista completa a seguir:

    Rodolfo Capler – Em seu novo livro: “Nosso Lugar – o caminho que me levou à luta por mais mulheres na política” (2020) a igreja católica aparece com grande destaque em momentos importantes da sua vida. A fé católica ainda faz parte do seu dia a dia?

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    Tabata Amaral – O meu novo livro conta a minha trajetória até aqui. A Igreja Católica sempre foi muito importante na minha vida. Eu fui coroinha, acólita e membro do coral. Quase tudo o que alguém imaginar eu fui dentro da igreja. Me considero católica praticante e tenho o costume de ir à missa aos domingos. Entendo que a igreja cumpre um papel que vai além da dimensão espiritual. Para pessoas como eu (que são oriundas da periferia), a igreja tem um papel social muito forte. Foi no ambiente católico que eu tive acesso a lazer e a cultura. Durante minha a infância e adolescência, boa parte dos meus finais de semana eram passados no ambiente da igreja, em retiros espirituais, viagens e gincanas. Nos momentos em que minha família teve falta de comida, quem nos ajudou com a compra de alimentos foram os Vicentinos.  

    Rodolfo Capler – Como católica praticante, o que você tem a dizer sobre a visita do presidente Jair Bolsonaro à Aparecida, no último dia 12/10?

    Tabata Amaral – Eu me senti muito ofendida. Saber que havia pessoas bebendo dentro da igreja e que um arcebispo recebeu vaias enquanto fazia a sua homilia foi algo revoltante. Ninguém é obrigado a seguir os preceitos duma religião e observar os seus ritos, mas a partir do momento que uma pessoa se encontra dentro de um local de culto sagrado, deve respeito à fé das pessoas. A minha mãe, devota de Nossa Senhora e habituada acompanhar a TV Aparecida, ficou muito triste ao ver os jornalistas dessa emissora serem hostilizados pela militância do Bolsonaro. Aquelas pessoas escolheram estar naquele local por uma razão eleitoreira. Elas agiram com desrespeito ao santuário e à fé católicos.

    Rodolfo Capler – O que você acha da atitude de padres como Júlio Lancellotti e Paulo Ricardo que nesta eleição declararam voto publicamente em seus candidatos políticos?

    Tabata Amaral – Eu vejo como algo natural, pois padres, antes de tudo, são cidadãos. O que acho perigoso é quando o posicionamento político de lideranças religiosas incentiva o julgamento daqueles que se posicionam de forma diferente. Estou acostumada a ter a minha inteligência questionada por pessoas mais à esquerda dentro da política, pelo mero fato de eu ser católica. Muita gente se incomoda com o fato de eu usar pingente com a imagem de Santo e dizer “Deus te abençoe”. Infelizmente, sempre enfrentei isso. Mas o que tenho vivido hoje é algo inédito. Há uma pequena – porém barulhenta parcela de católicos -julgando a minha fé em razão das minhas perspectivas políticas. Me condenam porque eu votei em Lula no primeiro turno e declarei voto nele agora no segundo turno. É um direito constitucional escolhermos os nossos representantes. Ninguém pode colocar em xeque a nossa fé em razão de opções políticas. Isso tem acontecido e atesta o adoecimento da nossa sociedade, que é intolerante com quem pensa diferente. 

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    Rodolfo Capler – Como você enxerga o envolvimento dos evangélicos com a política?

    Tabata Amaral – Os evangélicos são um terço da população brasileira. Portanto, penso que toda frase que começa com “os evangélicos”, deveria terminar com “são muita gente”. Não podemos nos esquecer que existem muitas denominações evangélicas e que o modo como essas denominações se relacionam com a política não é homogêneo. Por essa razão, prefiro tecer comentários mais gerais sobre os evangélicos. É importante analisar que as igrejas evangélicas – assim como a Igreja Católica e as religiões de matriz africana – ocupam um espaço importante nas periferias brasileiras em razão da ausência do Estado. Ao invés de questionarmos o modo deturpado que algumas denominações evangélicas se relacionam com a política, penso que é mais saudável fazermos um debate aberto sobre a intolerância branca da elite em relação aos evangélicos. Se não existisse esse preconceito, frases como: “É preocupante que os evangélicos se tornarão maioria no país” não seriam ventiladas no debate público. Particularmente, não me preocupa nenhum pouco a projeção de que em alguns anos os evangélicos se tornarão um grupo majoritário no país. Alguém acha preocupante os católicos serem maioria hoje? Enfim, acredito que todos os segmentos da sociedade – sobretudo os movimentos de esquerda – precisam refletir sobre a razão das igrejas evangélicas penetrarem tanto nas periferias. 

    Rodolfo Capler – No último pleito, você foi reeleita deputada federal por São Paulo com o apoio de 337.873 pessoas, sendo a 6ª mais votada no Estado. De que forma você pretende trabalhar no Congresso Nacional para que mais mulheres tenham participação na política?

    Tabata Amaral – Essa é uma das minhas principais bandeiras. Eu costumo brincar que no dia em que o Congresso Nacional tiver a cara do Brasil, ele será muito mais conectado com os temas que realmente dizem respeito às reais necessidades do povo. O que temos hoje é uma grande elitização da esquerda e da direita democráticas. As discussões que tanto a centro-esquerda, quanto a centro-direita mantém diariamente no Twitter não interessam à população. Por exemplo, vemos essa discussão sobre os evangélicos carregada de preconceito. Poucos são os que realmente entendem a atuação das igrejas nas “quebradas”. Devido a esse descolamento da realidade manifestado pelo Parlamento, o povo se sente tão pouco representado pela política e acaba optando pelos extremos. Esse movimento me preocupa muito. Apesar de o grande vencedor das últimas eleições ter sido o centrão, a extrema-direita também foi beneficiada com as eleições de Ricardo Sales, Damares e outros. A esquerda não foi muito representada por não ter mais conexão com o povo. A maioria dos parlamentares de esquerda nunca visitaram uma escola pública, jamais pegaram um ônibus lotada e de modo algum pisaram num Pronto Socorro num bairro de periferia. Eles vivem gritando nas redes sociais com letras garrafais: “Viva o SUS”… mas desconhecem a realidade. Eu sou uma grande defensora do SUS, mas sei o que é ficar numa fila de hospital na madrugada, aguardando uma senha que nunca chega. Pense comigo, como um cidadão que se sente humilhado por esse sistema interpreta a frase: “Viva o SUS”? Por essa razão, a minha luta continuará sendo pela educação pública de qualidade e contra as desigualdades sociais que afetam os moradores das periferias. Se o Congresso não tiver mais mulheres, mais negros, mais LGBTs, continuará sendo essa “ilha da fantasia” com pessoas muito parecidas que desconhecem a realidade do povo. A luta por diversidade na política é uma luta por concretude. É uma luta pelo diploma de realidade. Eu lutarei por mais mulheres na política por meio do instituto Vamos Juntas, que se propõe a ajudar mulheres candidatas com amparos psicológico e jurídico. Eu fundei esse instituto, pois sei da enorme luta que as mulheres enfrentam no Congresso. Também seguirei lutando para termos uma reserva de vagas para mulheres no Parlamento. 

    Rodolfo Capler – Como você vê a atitude do seu ex-companheiro de partido Ciro Gomes em não apoiar de forma contundente o candidato Lula neste segundo turno?

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    Tabata Amaral – Eu lamento muito como o Ciro conduziu suas declarações no primeiro e no segundo turno. O Ciro é uma figura muito importante na política brasileira. Apesar de as minhas discordâncias com ele serem públicas, reconheço tudo o que ele fez no Ceará, as suas contribuições para a educação e o seu tamanho como liderança política. Me entristece o fato de que um líder tão relevante como ele age sem clareza e não demonstra entender a gravidade do momento que estamos vivendo na democracia no Brasil. Esta eleição não se trata de direita e de esquerda ou de quem é mais ou menos corrupto. Nesta eleição, temos de um lado um candidato extremista muito agressivo, que disse que com todas as letras que aumentará o tamanho do STF para poder mandar no Judiciário. Bolsonaro interferiu na Polícia Federal cada vez que uma investigação ameaçou um interesse seu. Do outro lado temos Lula, um candidato que sempre foi moderado e governou de forma ampla. Isso é o que está em jogo. 

    Rodolfo Capler – O governo Bolsonaro trouxe algum tipo de avanço para a educação pública no Brasil?

    Tabata Amaral – Nenhum. A única proposta que o governo Bolsonaro financiou foi a do homeschooling. Este projeto alcança apenas 7 mil famílias e servirá como instrumento para esconder a prática de abusos infantis. O governo liberou milhões de reais do orçamento secreto para comprar os votos que redundaram na aprovação deste projeto. Afora isso, o governo Bolsonaro se levantou contra todos os bons projetos e programas de educação que existiam no país. Eles desmontaram a política de educação de jovens e adultos, e a política de alfabetização, entre outras lamentáveis ações. Nos últimos anos, Bolsonaro tirou dinheiro da educação para colocar no orçamento secreto. Enfim, o resultado desse desmonte na educação chegou: pela primeira vez o Brasil foi pior em português e matemática do que na avaliação anterior (estou comparando 2021 com 2019). O país andou vinte anos para trás no combate à evasão e ao abandono escolar.

    Rodolfo Capler – O que você tem a dizer sobre a implementação das chamadas “metodologias ativas” na educação, em que os alunos recebem um papel mais efetivo na gestão da própria aprendizagem? Este modelo funciona no Brasil?

    Tabata Amaral – Quando pensamos em debates educacionais perdemos muito tempo em discussões teóricas sem realmente falar do que funciona. Eu digo isso porque um grande debate na educação – talvez um dos mais polêmicos – é sobre a alfabetização de crianças. No Brasil, metade das crianças pretas entre 6 e 7 anos não aprenderam a ler e escrever. Por isso, tenho uma posição muito pragmática quanto a isso. Eu sou a favor da implementação da metodologia que melhor funcione. Penso que em primeiro lugar temos de resolver os nossos problemas básicos de educação e depois podemos pensar em entrar em debates mais teóricos. Essa coisa da teorização se reflete na formação dos nossos professores que recebem um treinamento com muita sociologia, filosofia, psicologia e história da educação. Essas disciplinas são fundamentais, mas acabam ocupando todo o espaço das práticas educacionais. Por exemplo, professores precisam ser treinados a ensinar fração de três maneiras diferentes, lidar com inteligências diversas e interagir com crianças com deficiência. Isso tudo que estou dizendo é polêmico, mas num cenário como o nosso é o que precisa ser dito. 

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    Rodolfo Capler – Em seu livro “País mal educado – por que se aprende tão pouco nas escolas brasileiras” (2018) – o repórter de educação Daniel Barros, conclui – após ter visitado 24 escolas espalhadas por 7 estados brasileiros e feito entrevistas com especialistas, políticos e gestores públicos – que o maior desafio do sistema educacional brasileiro é o desenvolvimento de professores de alto nível. Você concorda com essa tese? Se sim, como o Estado brasileiro pode melhorar a formação de seus professores?

    Tabata Amaral – Sim, concordo com isso. Os estudos em educação comprovam que o fator externo que mais impacta na aprendizagem é a qualidade dos professores. Outros fatores como cor da pele, gênero e lugar de nascimento também afetam o processo de aprendizagem. Os professores são mais importantes que a estrutura, que os livros didáticos e que as metodologias. Como podemos fazer para termos bons professores em sala de aula? A primeira coisa é olharmos para seleção dos professores. Seria interessante darmos bolsa de estudos para os nossos melhores alunos que desejam seguir o magistério. O segundo passo é melhorarmos a formação dos professores. A cidade de Sobral no Ceará – que tem um dos melhores índices de qualidade na educação fundamental – é um exemplo disso. Lá houve um investimento muito grande em formação continuada dos professores. Eles colocaram os professores nas salas de aula para aprenderem diferentes metodologias e deram apoio a eles. Por fim, precisamos melhorar o salário dos educadores. Só conseguiremos atrair os melhores profissionais aumentando o salário deles e organizando uma projeção de carreira.  

    Rodolfo Capler – Qual é a sua avaliação sobre o ensino integral?

    Tabata Amaral – Eu sou uma grande defensora do modelo. O nosso grande exemplo é Pernambuco. Lá temos inúmeras escolas que implementaram o sistema de ensino integral, com investimento em esportes, cultura e no projeto de vida. Algumas escolas pernambucanas escolhem um aluno anualmente para fazer intercâmbio de inglês ou espanhol. A conta que se fez em Pernambuco e que todos os outros estados da federação devem fazer é a seguinte: é mais barato pagar intercâmbio para um aluno por seis meses do que pagar presídio por seis meses. Em decorrência desse modelo de ensino integral, lá em Pernambuco houve uma queda abrupta na evasão e no abandono escolar. A taxa de homicídios entre jovens caiu pela metade e, também houve, pela primeira vez, alunos brancos e negros saindo com o mesmo salário inicial. Ou seja, uma escola holística faz sentido para os jovens e funciona como política de segurança pública e como política de saúde pública.

    Rodolfo Capler – Quais são os maiores desafios para educação no Brasil hoje?

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    Tabata Amaral – Penso que um dos maiores desafios diz respeito à atração, valorização e formação dos docentes. Hoje, de cada cem alunos, apenas cinco desejam ser professores. Outro desafio é o engajamento estudantil. As escolas precisam ser atrativas aos jovens. Se não resolvermos esse problema do baixo engajamento nenhum dos nossos esforços na educação surtirá efeito. Por fim, destaco o desafio da saúde mental. Este tema é pouco tratado nas escolas, mas impacta fortemente na aprendizagem. Há uma lei que aprovamos que impõe a obrigatoriedade de todas as escolas públicas e privadas terem um profissional de saúde mental e um assistente social. Infelizmente essa lei não tem sido cumprida. Em resposta a isso, eu me comprometi a criar a primeira bancada da saúde mental.  

    * Rodolfo Capler – Tanto no seu livro, quanto em suas palestras e entrevistas você diz que seu pai te ensinou a sonhar “realidades diferentes”. Você sonha com a presidência da República?

    Tabata Amaral – Não (risos). Na verdade, eu sonho com algo muito mais ousado que é ver o Brasil com a melhor escola pública do mundo. Muita gente se decepciona com esta minha resposta, mas ela faz muito sentido para mim. Eu aprendi logo no meu primeiro mandato que se eu mirar em cargos, não conseguirei fazer as melhores escolhas. 

    Rodolfo Capler – Qual mensagem você gostaria de deixar aos eleitores brasileiros?

    Tabata Amaral – Tome muito cuidado com a narrativa de que esta é uma eleição de extremos. Diante de nós temos de um lado o Bolsonaro, o qual é um candidato violento, grosseiro e extremista. Ele deseja fazer o que Hugo Chávez fez na Venezuela. De outro lado temos o Lula, um candidato moderado que quando esteve no poder deu continuidade às políticas do Fernando Henrique Cardoso. Lula não perseguiu quem pensava diferente e, em nenhum momento, tentou aumentar o tamanho do Judiciário. No próximo dia 30/10 podemos escolher entre o extremismo e a democracia. 

    * Rodolfo Capler é teólogo, escritor e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP

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